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Capital

Com sintomas de covid, homem diz não ter conseguido fazer teste em posto

Rapaz disse que médico o orientou a fazer teste rápido, mas não deu como opção as unidades de saúde que passaram a fazer exame

Silvia Frias | 23/07/2020 13:05
Teste rápido feito esta manhã na unidade do Iracy Coelho (Foto/Divulgação)
Teste rápido feito esta manhã na unidade do Iracy Coelho (Foto/Divulgação)

Rapaz de 22 anos, com sintomas compatíveis com novo coronavírus (covid-19) há pelo menos uma semana, foi à UBS (Unidade Básica de Saúde) Tiradentes relatando o caso, mas não foi orientado a passar por exame oferecido em uma das 71 unidades de Campo Grande.

Ele também recebeu receita do kit covid,contendo doses de Azitromicina e Ivermectina, mas não foi perguntando se queria se submeter ao tratamento considerado polêmico e que divide opiniões na comunidade médica.

Thales Juan, 22 anos, disse à reportagem que foi à unidade de saúde ontem, depois de notas sintomas da covid-19 sentidos há cerca de sete dias. “Tive tosse, coriza, febre, paladar e olfato ficaram ruim, cansaço”, relatou. Citou, ainda, enxaqueca que começou na quinta-feira passada.

Na consulta, o médico disse acreditar ser covid e repassou a receita contendo Azitromicina, Dexametasona, Ivermectina, Dipirona e xarope. “Ele também falou que era para eu fazer exame e disse para procurar o drive-thru, o Lúcia Martins ou no Ayrton Senna”, disse.

Thales lembrou que o médico disse que poderia fazer o teste rápido, mas não falou que poderia se submete a ele nas unidades de saúde. Este exame pode ser feito em pessoas que estejam até o 7º dia de sintomas.

De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a ampliação da testagem foi realizada a partir da segunda-feira nas 71 unidades, mas os exames já estavam disponíveis nos postos. Agora, conta com reforço de 7,5 mil testes rápidos por meio do governo estadual. Há processo aberto pelo município para compra de 50 mil unidades de teste rápido e, destes, 11 mil foram entregues.

O rapaz disse que ligou para tentar agendamento pelo drive-thru do Corpo de Bombeiros ou na escola Lúcia Martins Coelho e recebeu informação de que a agenda está cheia ate o fim de julho. Por opção, decidiu não ir ao Ayrton Senna. “Eu vi que tinha fila para fazer e demora o resultado do exame, resolvi fazer particular”.

Também optou em tomar os medicamentos, mas lembrou que em momento algum o médico que prescreveu disse se tratar do polêmico kit covid e se ele, como paciente, aceitava tomar. “Ele só me deu a receita e explicou os horários”.

A assessoria da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) que a prescrição do medicamento é prerrogativa do médico, conforme recomendação, em nota oficial do CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul).

Porém, não há informação do motivo dele não ter falado para o paciente que se tratava do kit covid, já que a mesma nota do conselho que reitera a proteção de autonomia do médico caso considere adequado o tratamento médico precoce em seus pacientes, “em decisão compartilhada com estes”.

A assessoria também foi questionada sobre o fato do médico encaminhá-lo para testagem rápida, mas não citando as unidades de saúde como opções. A informação é que pode ter sido um erro pontual, mas que o rapaz, estando nas condições previstas, pode ir a qualquer unidade de saúde para testagem. Mesmo que não esteja, pode agendar para o teste.

Procura – sobre a demanda no drive-thru, o diretor em saúde, coronel Marcelo Frahia, do Corpo de Bombeiros confirmou que a agenda de julho está lotada, acredita que as pessoas se habituaram a recorrer à unidade no centro da cidade e ainda não assimilaram a abertura de outros locais de testagem. “As pessoas tem que se conscientizar de que tem plano de saúde, postos de saúde, a escola”, listou.

No Corpo de Bombeiros são realizados 140 exames diários, entre testes rápidos, que identificam anticorpos, e o RT PCR, o de biologia molecular, que detecta o vírus.

Desde o dia 10 de julho, a escola Lúcia Martins Coelho abriu para testagem rápida, sendo realizados 400 testes rápidos, no período da noite, por agendamento. Este tipo de exame identifica anticorpos para o Sars-CoV-2 após, pelo menos, uma semana a partir do início dos sintomas.

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