Com sobras de tinta, Adilson faz reparos na sinalização de trânsito no Centro
Nem mesmo o grande movimento de veículos na região do Mercado Municipal atrapalhou a atitude do voluntário
Rua 15 de Novembro, Centro de Campo Grande. Entre inúmeros automóveis que circulam no trecho entre a Avenida Calógeras e o Mercado Municipal de Campo Grande, a dedicação de Adilson Barbosa, de 53 anos, chamou atenção de motoristas e pedestres, na tarde desta quinta-feira (9). Com o que sobrou de duas latas de tinta na cor branco, o homem que afirma ser ex-funcionário da prefeitura da Capital faz retoques na sinalização horizontal.
Entre os carros, mesmo em horário de grande movimento, faixas que dividem o espaço de um veículo para outro ganham cara nova. “Está apagada, precisando de pintura, e como ganhei essa sobra de tinta, estou pintando. Bom é que não fico parado”, conta.
Segundo ele, o pouco de tinta que conseguiu estava em uma caçamba de entulhos, em frente de uma obra, prestes a ser jogada fora. “Eu pedi e o pessoal me deu”, afirmou.
Adilson também revelou a reportagem que, atualmente, vive com o dinheiro que recebe do INSS, valor referente a um salário mínimo. Mesmo sem revelar o porque de hoje não estar trabalhando com carteira assinada, ele afirma que chegou a trabalhar para a prefeitura nos anos 80, justamente no setor responsável por asfaltar ruas e avenidas da cidade.
Quando questionado sobre sentir medo de enfrentar o trânsito movimentado, Adilson é firme. “Eu não tenho medo, na verdade, os carros até passam devagar porque me enxergam de longe”, garante. E quem acha que ele pretende parar por aí, engana-se. “Quero ver se eu consigo um cone”, revela.
Quem passou pelo local e viu Adilson trabalhando, se surpreendeu. Já para comerciantes da região, o voluntário é conhecido e, apesar de apoiarem, tem quem ache ser uma “loucura” por parte do trabalhador.