Com UTI lotada, paciente é intubada em enfermaria de hospital
UTI do Hospital Regional está atendendo 56 pacientes, sendo que a sua capacidade é para no máximo 50.
Uma paciente, de 67 anos, diagnosticada com covid-19 teve de ser intubada na enfermaria do Hospital Regional, por conta da falta de leitos na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que é destinada a pacientes com a doença. A unidade intensiva do hospital, que é referência no tratamento da doença está lotada com 56 pacientes, sendo que a sua capacidade é para no máximo 50.
De acordo com a sobrinha da idosa, uma secretária de 35 anos, a mulher está internada no hospital desde domingo (22), mas ela teve uma piora no início desta tarde e por isso ela precisou ser intubada. Devido à gravidade do quadro clínico da idosa, somada a superlotação do hospital a família cobra a transferência da paciente para uma outra unidade onde haja vaga de UTI.
“Eles alegam que tem de esperar surgir uma vaga para que ela seja colocada na UTI do hospital. Ou seja, para que isso aconteça ou algum paciente deve receber alta ou morrer para ela fique no lugar. Mas e se não der tempo? O estado dela é gravíssimo”, desabafa a sobrinha.
A idosa é diabética e tem bronquite asmática, duas comorbidades que podem tornar o tratamento da paciente ainda mais delicado. “Cadê os outros hospitais? Porque não transferem? Estamos de mãos atadas, porque não podemos ir lá, eles mandam um boletim por dia então não ficamos sabendo de mais nada do que está acontecendo”, completa.
O hospital - À reportagem o hospital confirmou, via assessoria de imprensa, que a paciente não deve ser transferida para outro hospital, devido a gravidade do seu quadro clínico, que é considerado grave. Também ainda não há previsão de quando a paciente será transferida para a ala específica de pacientes graves com covid-19.
Em nota divulgada nesta terça-feira (24) o Hospital Regional informou que está buscando solucionar o problema da falta de leitos com a transferência de pacientes não covid, que hoje ocupam 30 vagas. É de 110% a taxa de ocupação dos leitos críticos covid-19.
“A “Sala Vermelha”, que deveria ser apenas transitória, está lotada aguardando vagas dentro do próprio hospital. Nos últimos 15 dias foram 335 notificações e 24 mortes, um número que assusta: 5% dos óbitos e 7% das notificações aconteceram nesse curto período”, diz o hospital em nota.
A unidade hospitalar também fez o alerta ao pedir para que os moradores sigam as recomendações de prevenção ao vírus, dentre elas, evitem sair de casa. “A saturação está bem próxima. Falta de recursos humanos, insumos, medicamentos, leitos. Estamos perdendo essa batalha. Os trabalhadores da linha de frente já sentem o desgaste de 9 meses de trabalho árduo”, diz.