Com UTIs lotadas, MP cobra na Justiça mais 30 leitos em até 5 dias na Capital
Ação impetrada ontem na 1ª Vara de Direitos Difusos mostra situação calamitosa tanto na rede pública quanto na privada
Com pedido de tutela de urgência junto à 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul quer obrigar o município de Campo Grande e o governo do Estado a ampliarem leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de forma emergencial para atendimentos de alta complexidade.
Conforme ação, tanto hospitais públicos e privados de Campo Grande estão no limite de atendimento de pacientes com covid-19, superando 100% de taxa de ocupação e com pessoas internadas em pronto socorro aguardando liberação de vaga intensiva.
Para o MP, tanto o Estado quanto a prefeitura têm “aguardado primeiramente a entrada e acúmulo de novos pacientes graves/críticos nos Prontos Socorros/Pronto Atendimento Médico da Rede Pública nesta Capital, para, somente a partir daí, contratar, reativar ou mobilizar paulatinamente novos leitos, ainda assim em quantidade insuficiente”.
Além disso, a promotora proponente da ação, Filomena Fluminham, cita que a rede de saúde está à beira do colapso e as medidas de contenção de casos do novo coronavírus adotadas por ambos os entes públicos são insuficientes para conter possíveis danos à coletividade.
Diante disso, pede instalação de 30 novos leitos UTI/covid num prazo de cinco dias na Capital, passando dos atuais para 212 e ainda, ampliar em 10% esse total – bem como de leitos clínicos - sempre que a taxa de ocupação chegar a 85%. O pedido ainda não foi apreciado pelo titular da 1ª Vara, Ariovaldo Nantes Corrêa.
Na petição, vale ressaltar, o Ministério Público ainda ressalta que realizou vistoria técnica em todos os hospitais públicos e privados de Campo Grande entre 11 e 15 de dezembro, atestando a falta de vagas, bem como a incapacidade do sistema em atender toda demanda de pacientes graves com covid-19.
A reportagem entrou em contato com o prefeito Marcos Trad (PSD) e com o secretário municipal de saúde, José Mauro, mas nenhum deles atendeu às ligações.