Com voos cancelados, passageiros passam a noite no aeroporto da Capital
Tentando embarcar para Aracaju, cozinheira passou 11 hrs aguardando informação no aeroporto
A Avianca deixou de operar voos em Mato Grosso do Sul desde segunda-feira (29), mas os passageiros com passagens compradas pela companhia aérea ainda estão passando sufoco e ficaram, mais uma vez, à deriva no Aeroporto Internacional de Campo Grande na madrugada desta sexta-feira (3).
Depois de quase 11 horas aguardando para embarcar para Aracaju (SE), a cozinheira Filomena Fernandes da Silva, 56 anos, foi informada que o voo foi cancelado e que foi relocada para uma outra companhia. O embarque, porém, será somente no final da tarde.
A cozinheira, que estava com voo marcado para às 4h25, chegou no aeroporto às 22h, conforme orientado pela Avianca. Quando chegou ao local, a passageira descobriu que o voo havia sido cancelado e ficou horas aguardando por alguma posição da companhia aérea. ''Não tinha nenhum funcionário da empresa no local. Foram aparecer por volta das 8h", disse.
Assim como a cozinheira, a engenheira civil Alessandra Gomes, 34 anos, passou a noite no aeroporto em busca de um voo para Curitiba (PR), onde vai pretende prestar um concurso do fim de semana. Com passagens de ida e volta compradas há três meses, somente após horas de espera foi informada da relocação para um voo em outra companhia no final da manhã. A volta, porém, ainda não foi confirmada pela Avianca.
''Eu estudei três meses para esse concurso e vou passar quase 24 horas nessa correria. Como vou chegar lá? Muito cansada para prestar o concurso", desabafou. Segundo a engenheira, o voo para qual foi relocada faz conexão em outro aeroporto, o que deixa a viagem mais cansativa. Ela também revelou que um outro rapaz que aguardava o mesmo voo e fará o mesmo concurso, deixou o aeroporto durante a madrugada e decidiu ir de ônibus para Curitiba.
Em Campo Grande a passeio, uma família de Brasília, com voo marcado para o próximo domingo (5), já se adiantou ao ver o cancelamento no site da companhia. A professora Paula Santana, 42 anos, e o marido, o técnico de sim Pabllo Cardozo, 32 anos, foram ao aeroporto tentar resolver o problema com receio de terem uma longa espera no dia do embarque.
Até a reportagem deixar o local, o casal ainda não havia tido nenhum posicionamento da companhia aérea.
''É uma pena acabar com esses voos. Isso diminui as opções e também faz com que as outras companhias encareçam os preços das passagens", disse Pabllo.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) possui algumas regras em casos de atrasos ou cancelamentos de voos.
Em casos de atrasos ou cancelamentos que deixem os passageiros esperando por uma hora, a empresa deve oferecer facilidades na comunicação como internet e telefones. Acima de duas horas, a companhia é obrigada a fornecer alimentação aos clientes.
Quando a demora é acima de quatro horas, a empresa deve oferecer hospedagem em casos de pernoite no aeroporto, além do transporte de ida e volta. Se o passageiro estiver no local de seu domicílio, a empresa poderá oferecer apenas o transporte para sua residência e desta para o aeroporto.
O Campo Grande News entrou em contato com a Avianca para saber quais medidas estão sendo tomadas diante dos cancelamentos dos voos, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.