ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 26º

Capital

Condomínio de mansões quer comprar rua invadida há 35 anos

Processo se arrasta desde 2016 para decisão sobre derrubada ou não de portaria

Por Aline dos Santos | 01/04/2024 08:06
Portaria do condomínio de mansões na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Portaria do condomínio de mansões na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

O condomínio Nahima Park, que invadiu rua de mesmo nome há mais de 35 anos, busca comprar a área pública da Prefeitura de Campo Grande. Em fevereiro, a administração municipal rejeitou a regularização fundiária do residencial, localizado nos altos da Avenida Afonso Pena.

No processo, a defesa informa que ainda está pendente o pedido de venda mediante oferta pública, hipótese de venda para quem melhor oferta apresentar.

“No entanto, encontra-se pendente, ainda, a outra possibilidade que é a de venda mediante oferta pública (hipótese de o imóvel ser vendido para quem melhor oferta apresentar), situação esta que ainda não restou definida pela Municipalidade”, alega a defesa.

O documento também destaca que a situação perdura há 35 anos e que, nestas três décadas, a prefeitura nunca tinha apontado a necessidade de usar a via para ligação viária.

Neste quesito, a defesa ainda pontua que a Rua Abdul Kadri, que fica a menos de 50 metros da Rua Nahima, já faz a ligação viária entre a Gardênia e a Afonso Pena. A associação de moradores pede que a Justiça marque audiência de conciliação.

A manifestação foi anexada a processo onde a prefeitura pede a demolição da portaria, que isola o acesso à Rua Nahima. Em 2016, após pedido da PGM (Procuradoria-Geral do Município), a Justiça mandou demolir o pórtico e liberar a rua, que é pública.

Para dar ares de condomínio às ruas Nahima, Nahima 1 e Nahima 2, os moradores das luxuosas casas cercaram as vias e uma área verde pública de 4 mil metros quadrados.

Na tarde de 5 de agosto de 2016, estava tudo pronto: com caminhões e retroescavadeira a postos para a demolição.  A ordem era do juiz Fernando Paes de Campos, que atuava na 3ª Vara de Fazenda e Registros Públicos de Campo Grande.

Contudo, apesar de toda a mobilização, o juiz voltou atrás e deu prazo para associação de moradores se manifestar. Dias depois o que caiu, de fato, foi a decisão para demolir, após ordem do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

O condomínio buscava regularizar a situação de forma administrativa, mas a prefeitura rejeitou. Agora, é aguardada a decisão da Justiça sobre a devolução ou não da rua.

O loteamento é de 1986 e moradores pediam a regularização da situação sob argumento de segurança. O condomínio de luxo é endereço de autoridades.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias