Confusão em calendário causa polêmica com fim da greve na UFMS
O fim da greve na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que abrangeu professores e técnicos, foi o começo da polêmica sobre o calendário acadêmico.
O documento determinando o início do segundo semestre nesta terça-feira, dia 13 de outubro, foi divulgado há um mês. A Adufms, sindicato que representa os profesores da universidade, discorda da decisão da administração e recorreu à Justiça.
“Procuramos conversar, dialogar. Mas diante da intransigência, decidimos recorrer judicialmente”, afirma o presidente do sindicato, José Carlos da Silva. Oficialmente, a greve dos professores terminou hoje.
De acordo com José Carlos, a Adufms propôs diretrizes para a conclusão do primeiro semestre. “Entendemos que a administração tem agido de modo incorreto. Colocou um calendário que inicia hoje para o segundo semestre, sem concluir o primeiro. Faltam em torno de 40 dias para encerrar”, afirma.
No campus da UFMS em Campo Grande, os acadêmicos contam que cada curso teve um cenário nesta greve. A paralisação começou em 15 de junho. Mas, para muitos universitários, começou de fato em 22 de junho, quando uma resolução do Coeg (Conselho de Ensino de Graduação) suspendeu o calendário acadêmico. A decisão foi revogada em 31 de agosto, abrindo caminho para que muitos cursos retornassem às aulas em setembro.
Segundo a universitária, Clara Andrade, 21 anos, os alunos do primeiro ano de Medicina voltaram a estudar em setembro. Também cursando Medicina, Caroline Meurer, 20 anos, conta que o segundo semestre só termina no fim de março de 2016.
A situação é similar para estudantes do oitavo semestre de Farmácia, que também retomaram as aulas antes do fim oficial da greve. De acordo com Marcos Vinícius Myassato, 22 anos, não ficaram matérias pendentes.
Conforme o calendário, as aulas do segundo semestre de 2015 terminam no dia 28 de março de 2016. De acordo com a assessoria de imprensa da UFMS, será realizada uma reunião hoje à tarde para discutir minuta do calendário acadêmico de reposição de aulas, pois a greve foi diferente em cada unidade.
As greves – A paralisação dos professores foi de 15 de junho até hoje. De acordo com o presidente da Adufms, não houve acordo com o governo federal. O governo tinha proposto reajuste parcelado em quatro anos, depois reduziu para dois anos. “Mas não alterou os percentuais de 5,5% para agosto de 2016 e 5% para janeiro de 2017”, afirma José Carlos.
Os grevistas queriam reajuste de 27,3% e chegaram a propor 19.7%. A UFMS tem 11 campi e 1.700 professores ativos, entre concursados e temporários.
A greve do Sista (Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino) terminou na última quarta-feira, dia 7, com retorno ao trabalho no dia subsequente. A paralisação foi deflagrada em 28 de maio.
Conforme Agnaldo Cardoso, representante do comando de greve, foi aceita proposta de 5,5% para agosto de 2016 e 5% para janeiro de 2017.