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Capital

Confusão em prova que revalida diploma de médico acaba na delegacia

Chloé Pinheiro e Adriano Fernandes | 11/09/2016 10:05
Grupo de candidatos impedidos de fazer o Revalida. (Foto: Adriano Fernandes)
Grupo de candidatos impedidos de fazer o Revalida. (Foto: Adriano Fernandes)

Uma manhã que seria de esforço para concluir quatro horas de prova acabou em frustração na delegacia. Pelo 13 médicos ficaram de fora do exame Revalida, obrigatório para que os formandos em medicina no exterior possam exercer a profissão no Brasil, que será realizado durante todo o domingo (11) na UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul) e em outros nove estados. 

O grupo, composto em grande parte de candidatos que vieram de outras cidades e estados para realizar a prova, que estava marcada para as 07h (08h no horário de Brasília), começou a chegar às seis da manhã no local marcado e confirmado via correspondência, o portão 2 da Cidade Universitária. 

"Nós ficamos muito chateados porque chegamos em Campo Grande ontem e já viemos até a UFMS para conferir o local e estava tudo certo. Hoje chegamos uma hora mais cedo e, faltando 15 minutos para o horário, chegou um guardinha avisando que seria em outro bloco", relata Miriam Galdino de Paula, 47 anos. 

"Corremos para o lugar novo e quando chegamos eles ainda estavam fechando os portões, mas não deixaram a gente entrar e daria tempo", completa a médica, que veio de Alto Araguaia/MT para revalidar o diploma que obteve ao estudar Medicina no Paraguai.

Os candidatos barrados ainda tentaram falar com o INEP (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), instituto responsável pelo Revalida. "Nós procuramos os representantes do INEP e os seguranças, mas todos disseram que não estavam autorizados a instruir sobre o que tinha acontecido", conta Priscilla Totti, 27 anos. 

Revoltados, o grupo reuniu 13 pessoas - segundo eles, mais candidatos ficaram de fora - e se dirigiu à DEPAC (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga para registrar o caso.

Candidata lesada pela mudança mostra local marcado para o exame. (Foto: Adriano Fernandes)
Candidata lesada pela mudança mostra local marcado para o exame. (Foto: Adriano Fernandes)

Ao chegar lá, segundo Miriam, foram informados de que a delegacia não era especializada nesse tipo de caso e não foi aberto o boletim de ocorrência. O grupo foi ainda instruído a contratar um advogado e entrar com representação contra a UFMS.

A etapa da manhã do Revalida é reservada para questões de múltipla escolha, e o grupo ainda retornará à Cidade Universitária para tentar realizar a segunda etapa, que também dura quatro horas e apresentará questões discursivas, mesmo com parte da nota já perdida.

Essa é a primeira etapa do Revalida, que reúne 7 mil inscritos em todo o país e vale tanto para brasileiros quanto para estrangeiros que se formaram fora do país. Os candidatos passarão ainda por provas práticas em novembro. O teste é obrigatório para que diplomados no exterior possam exercer a medicina no Brasil.

A UFMS foi procurada pela reportagem, mas afirmou que toda a responsabilidade pela realização fica à cargo do INEP e, portanto, não sabe informar sobre mudanças no local. Já o INEP informou que está verificando o ocorrido. 

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