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Capital

Contra reajuste, prefeitura diz que professor recebe até R$ 17,8 mil

Aline dos Santos | 13/06/2015 17:25
Professores fizeram protesto ontem em frente à prefeitura. (Foto: Marcelo Calazans)
Professores fizeram protesto ontem em frente à prefeitura. (Foto: Marcelo Calazans)

A prefeitura de Campo Grande gasta R$ 40,4 milhões com a folha de pagamento do magistério e há professor com remuneração de quase R$ 18 mil. As informações foram divulgadas neste sábado pela Semad (Secretaria Municipal de Administração). Os professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) fazem greve desde 25 de maio e cobram reajuste de 13,01% para integralização o piso salarial da categoria.

De acordo com a secretaria, a remuneração de alguns profissionais supera R$ 17,8 mil. O montante é resultado da soma de adicionais por tempo de serviço, formação e outras gratificações. Conforme a assessoria de imprensa da prefeitura, a estratificação dos vencimentos da categoria em seis faixas salariais mostra que no topo da pirâmide salarial estão 463 professores, que ganham de R$ 7,1 mil a quase R$ 18 mil.

Na faixa intermediária de remuneração, valor acima de R$ 3 mil, estão quase 2,9 mil professores, o que representa 33% de todo o quadro do magistério. A maioria está na base da pirâmide salarial. São 5.644 professores que ganham entre R$ 2.673 e R$ 2.999. Ao todo, são 8,6 mil profissionais.

Ainda conforme a Semad, o salário do professor da rede municipal de ensino de Campo Grande, com nível superior, em início de carreira, chega a R$ 2.673,36 por 20 horas semanais, valor 39% acima do piso nacional da categoria, que é de R$ 1.917,78.

Segundo a prefeitura, no quadro de pessoal do magistério só há três professores (um deles cedido) com nível médio de escolaridade, ambos com remuneração acima do piso.

A Semad informa que embora ninguém receba R$ 1.6697,37, que é o salário base inicial fixado no plano de cargos do magistério, o reajuste para R$ 1.917,78 aumentaria em quase R$ 6 milhões a folha de pagamento do magistério, extrapolando o limite de gastos com pessoal.

“Nossa gestão manteve e aprofundou a política de valorização do magistério”, afirma o prefeito Gilmar Olarte (PP) que assegura cumprir a Lei Federal 11.738, que instituiu o piso nacional da categoria para quem tem ensino médio de escolaridade.

Negociação - Na última segunda-feira, a administração municipal apresentou proposta de 8,50% parcelados até o mês de dezembro de 2015, sendo 0,5% em junho e 1,33% nos meses seguintes, até o final do ano.

Na terça-feira, a categoria sugeriu que os 13,01% fossem divididos em sete parcelas, sendo 1% para os meses de junho e julho; 2% em agosto, setembro, outubro; e 3,01% em dezembro. Dessa forma a reposição do piso estaria atendida.

Ontem, a ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação) fez protesto em frente à prefeitura e os professores interditaram a avenida Afonso Pena. O sindicato espera a apresentação de uma nova proposta até dia 16. A Reme tem 101 mil alunos. O TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) já determinou o retorno de 66% da categoria, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.

Faixas de remuneração do Magistério 20 horas/semanais professor com licenciatura

R$ 9.242,88 e R$ 17.820,05 - 28 professores
R$ 8.157,65 a R$ 8.855,10 – 45 professores
R$ 7.110 e R$ 7.980 – 390 professores
R$ 6.010 e R$ 6.981 – 439 professores
R$ 5001 a R$ 6.010 - 934 professores
R$ 4.004 a R$ 4995 – 852 professores
R$ 3.000 a R$ 3.995 – 133 professores
R$ 2.673,00 e R$ 2.999 – 5.644 professores

Só três professores normalistas em atividade recebem entre R$ 2.216,96 e R$ 3.059,48

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