Contratados de Ceinfs rejeitam proposta e entram em greve amanhã
Os cerca de 1,1 mil profissionais contratados da área de Assistência Social da prefeitura de Campo Grande ratificaram na noite desta quarta-feira (13) o posicionamento de greve, rejeitando proposta da administração municipal e a partir de amanhã não estarão trabalhando. Os servidores contratados, entre recreadores, atendentes, cozinheiras e pessoal da limpeza dos 100 Ceinf's (Centros de Educação Infantil) e 19 CRAS (Centros de Referências de Assistência Social) da Capital deixaram de fazer suas atividades nesta quinta-feira (14).
Os servidores rejeitaram a proposta da prefeitura, em deliberação durante assembleia, com os cerca de mil servidores contratados, que ocorreu agora noite, após reunião entre a direção do Senalba (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de Mato Grosso do Sul) com prefeito Gilmar Olarte no fim da tarde desta quarta-feira.
A greve nos Ceinfs decorre após a prefeitura quebrar acordado de reajuste de 9% a toda categoria e de manter a redução da carga horária de 9 horas para 6 horas. “O prefeito rejeitou as duas propostas ao mesmo tempo. A prefeitura já vinha propondo que ou teria aumento ou reduz a carga horária. E neste tarde, o prefeito na reunião, ofereceu somente manter a redução da carga horária, pois não tem como dar aumento”, apontou a presidente da Senalba, Maria Joana Barreto Pereira.
Na assembleia, que o Campo Grande News acompanhou, a classe até se dividiu, para ao menos ter um dos benefícios. Mas por final aprovaram por maioria a greve a partir de amanhã. Foi convocado mobilização para as 8 horas na Praça do Rádio. “Estaremos, os trabalhadores desta área se manifestando para manter suas propostas e infelizmente serão paralisadas as atividades nos Ceinfs, Cras e nos Creas, pois somos a maioria nos serviços. Não há concursados em muitos lugares”, disse Joana.
O Caso – Os recreadores, atendentes, cozinheiras e pessoal da limpeza dos 100 Ceinf's e 19 CRAS de Campo Grande, já haviam decidido paralisar as atividades nesta quinta-feira (14) devido a um impasse salarial entre a prefeitura e a administração da Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar) e da Seleta (Sociedade Caritativa e Humanitária), responsáveis pela contratação desses profissionais.
Segundo a presidente do Senalba, na primeira semana de maio a categoria se reuniu com a direção das duas entidades e ficou acordado um reajuste de 9%, referente à inflação do período, além da redução da jornada de trabalho de 7 para 6 horas, caso a prefeitura liberasse.
Em contato com a Secretaria Municipal de Administração, que faz os repasses financeiros para manter os convênios com as entidades, a categoria foi informada de que a gestão municipal não autorizaria o índice de 9% devido à falta de verba, apenas a redução da jornada seria consentida
Maria Joana diz que a direção da Seleta e da Omep alegaram que o valor dos repasses é insuficiente para conceder o reajuste. Inicialmente a categoria pediu 20%, mas aceitou os 9%, proposto pela direção das entidades.
Com a paralisação das atividades, pelo menos 15 mil crianças, apenas nos Ceinfs, ficarão sem atendimento. Por não ser considerada atividade essencial, como do setor da Saúde, o sindicato não pretende manter os 30% de funcionários trabalhando para garantir o atendimento mínimo. "Os trabalhadores querem a valorização profissional, exercem as mesmas funções de profissionais concursados da prefeitura, no entanto, além de receberem salários inferiores, trabalham 1 hora a mais”, disse Maria Joana.