Covid mudou os planos, mas "cidade não parou", diz Marquinhos
Marquinhos conta que foram necessários improvisos e adaptações para manter os serviços, obras e ainda cuidar da saúde
Diante de um ano atípico, com uma pandemia sem precedentes chegando em março à Campo Grande, a cidade, que completa hoje 121 anos, teve que ampliar e preparar a estrutura de saúde pública, mudar os planos, fazer adaptações financeiras, improvisar em alguns setores e ainda tentar manter as obras planejadas para 2020.
A avaliação é do prefeito Marquinhos Trad (PSD), em entrevista ao Campo Grande News. “O município chegou a enfrentar queda de quase 90% da sua arrecadação em março, mas nem por isso cruzamos os braços e nos entregamos ao pessimismo”, ponderou.
Ele lembra que uma das saídas foi o Refis da Saúde, que concedeu desconto de 100% nos juros e multas, para pagamento à vista de dívidas com o município. Também revelou que prepara um plano para recuperação da economia, com uso de recursos próprios e parcerias.
Ainda pretende enviar um projeto de reforma fiscal, que possa simplificar o processo de concessão de benefícios às empresas, por meio do Prodes (Programa de Incentivos para o Desenvolvimento Econômico e Social de Campo Grande).
“Objetivo é estimular os empresários a realizarem investimentos, para gerar empregos e movimentar a economia. Nossa cidade não parou. Combatemos a pandemia e o trabalho continuou, com obras, por exemplo, de pavimentação, recapeamento, reforma de unidades de saúde e de parques”, destacou.
Obras - O prefeito relatou que só conseguiu manter a realização de obras que já tinham recursos e parcerias garantidas, entre elas de recapeamento de vias públicas, construção de escolas, assim como asfalto em bairros como Nova Lima e Santa Luzia. “Entregamos, por exemplo, recentemente, uma praça lá nas Moreninhas”.
Neste ano diferente, descreveu que a prioridade é a saúde pública, para combater a pandemia, mas também manter a economia girando e não parar as obras que estavam previstas.
“O desafio maior é salvar vidas sem sacrificar empregos e a prefeitura está agindo com o máximo de atenção. Por isso, monitoramos diariamente o quadro e agimos de acordo com o contexto”.
Pandemia – Marquinhos lembrou que quando a pandemia do coronavírus chegou foi necessário tomar medidas mais restritivas, para que a cidade não fosse pega “desprevenida” no seu sistema de saúde, diante de uma possível contaminação em massa. “Os efeitos da pandemia seriam devastadores, evitamos em Campo Grande, o que ocorreu em Manaus”.
Ele mencionou que mesmo com o aumento de casos e mortes, Campo Grande ainda tem números bem menores do que cidades com o mesmo porte. “Nosso índice de letalidade é de 1,5%, um dos menores do País. Teresina (PI) chega a 3,7% e Natal (RN) 4,2%. Cuiabá (MT), no nosso estado vizinho, está com 4,4%”, citou.
O prefeito diz que não se pode dizer que o “pior já passou”, por classificar a covid-19 como uma “doença misteriosa”, que pode gerar novos surtos. “Veja no Rio de Janeiro, lá estava caindo e agora está aumentando, enquanto não houver vacina em massa, não vou descansar a cabeça no travesseiro”.
Em relação a adoção de medidas restritivas ou liberações de atividades, Marquinhos garante que é tudo fruto de “monitoramento diário”, com supervisão técnica. “Nenhuma medida é tomada sem rigorosa análise do contexto. Esta é a dinâmica de nossas decisões”.
A vitória durante a pandemia, como sempre fez questão de lembrar o prefeito, são as vidas salvas - 18.426, conforme o último boletim da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
Ano eleitoral – Sobre conciliar os trabalhos da cidade, o enfrentamento a uma pandemia e ainda estar em um ano eleitoral, o prefeito é candidato à reeleição, disse que sabe conduzir este cenário, sem gerar problemas para gestão. “Sou prefeito 24 horas por dia, na hora que a campanha começar, vamos mostrar nosso trabalho, mas não misturo as coisas”.