Dado desatualizado é justificativa para diferença de 5,2 mil casos de dengue
De acordo com o município, a SES, que divulga o boletim na internet, trabalha com dados que têm atraso de quase duas semanas
Atraso de apresentação dos dados é a explicação para uma diferença de 5.243 casos notificados de dengue entre as planilhas da prefeitura de Campo Grande e o boletim divulgado pelo governo do Estado.
Enquanto o boletim da SES (Secretaria Estadual de Saúde) tem 5.364 casos notificados na Capital, que desde 8 de março declarou situação de emergência pela doença; a planilha da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) contabiliza 10.607 notificações em 2019.
De acordo com o município, a SES, que divulga o boletim na internet, trabalha com dados que têm delay (atraso) de quase duas semanas, portanto os seus números são os mais atualizados. No entanto, os boletins da Sesau não ficam disponíveis para a consulta virtual porque a página passa por reformulação.
A Secretaria Estadual de Saúde informa que as prefeituras alimentam a base de dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), conforme pactuado em outubro na CIB (Comissão Intergestora Bipartite), que os dados são lançados caso a caso e pode ter atraso no sistema. Ou seja, os municípios aprovaram esse modelo.
Os números da prefeitura de Campo Grande mostram que as notificações de dengue chegaram ao pico no mês passado. Em janeiro de 2019, foram 3.016 casos notificados, total que dobrou em fevereiro, mês que se encerrou com 6.132 notificações da doença. Até o dia 12 de março, foram 1.459 registros, indício de retração nos números da dengue.
O pico dos casos teve comportamento atípico se comparado à epidemia de 2016, por exemplo, quando os meses de janeiro, fevereiro e março registraram 23.299 notificações. Naquele ano, o pico veio no mês de janeiro, com 9.662 casos.
A prefeitura de Campo Grande declarou situação de emergência em 8 de março. O documento cita que a cidade enfrenta circulação simultânea dos sorotipos 1 e 4, além da reintrodução do sorotipo 2, que voltou a circular no município.
“A preocupação fica ainda maior se considerado o risco de epidemia de outras doenças cujo vetor também é o Aedes Aegypti, como a Chikungunya e o Zika Vírus, apontado como causador da microcefalia”, informa a prefeitura.
Com o decreto 13.821, ficam dispensados de licitação os contratos de aquisição de bens necessários às atividades de resposta ao desastre, de prestação de serviços e de obras relacionadas.