De desligar o padrão a dividir geladeira: "vale tudo" para economizar energia
Apesar de bandeira tarifária ser a verde, muitos consumidores relatam aumento em conta de luz
Reclamações de aumento na fatura de energia estão se tornando cada vez mais frequentes nas redes sociais. Mesmo com a bandeira tarifária estando na cor verde, que significa que não haverá cobrança de custos extras, há relatos de contas de luz chegando com o dobro, o triplo ou até quatro vezes mais caras que no mês anterior. E, na hora de tentar economizar, consumidores dizem que “vale tudo”.
A empresária Cristiane Saabe Haffner, de 44 anos, tem uma loja de rações na Avenida Coronel Antonino e relata que se livrou de uma geladeira velha para tentar reduzir a despesa com a luz, que girava em torno de R$ 300.
As vacinas que eram armazenadas na geladeira ficam no equipamento compartilhado com a loja vizinha. E para conseguir ter ao menos água gelada para se refrescar, Cristiane leva para o estabelecimento uma caixa térmica com gelo.
Após a venda, o local ficou apenas com um climatizador, um computador e as lâmpadas, com isso a fatura foi reduzida para R$ 80. “O mês passado a conta veio R$ 177,00 e com as mesma coisa ligada, climatizador e a luz. Continua a mesma coisa, da mesma rotina, não tinha motivo aparente para o aumento. Eu acho que é a localização. Pode ser a taxa de iluminação, que é muito alta daqui. Eu não sei se é por causa dos impostos. Eu sei que isso é um absurdo”, relatou.
Mesmo ficando fora de casa entre o período das 7h às 19h, Cristiane relata que a fatura de energia da residência também aumentou. No local, a empresária diz que os únicos equipamentos que ficam ligados são a geladeira e, durante a noite, dois ares-condicionados. “Eu não sei dizer se é justo ou se não é. Antes era R$ 280, R$ 330, agora já está custando R$ 457”.
Outra que sofre com o aumento é a diarista Sandra Marques, de 57 anos. A dona de casa contou que reparou que os valores das contas de energia vem subindo há cerca de um ano, desde então a mulher retira todos os eletrodomésticos da tomada e ainda desliga o padrão de energia.
Apesar do esforço de Sandra, no mês passado sua fatura foi de R$ 215,00 para R$ 380,00, tendo um aumento de R$ 165,00. A diarista associa a diferença nos valores com o uso do ar-condicionado nos últimos 15 dias do mês. “Usei o ar porque o ventilador estava quebrado, mas lá em casa é assim, mesmo a gente economizando, vem caro”, disse.
A casa de Sandra é habitada por ela e sua filha, ambas as mulheres saem de casa no início da manhã e retornam no final da tarde. Sem entender o que estaria causando o aumento da conta de energia, a diarista diz já ter cogitado chamar a Energisa para ver se havia algo errado em sua instalação elétrica.
Acho que deve haver algo errado, porque quando eu tiro tudo da tomada o preço cai para cento e pouco. O que a gente usa mais é o chuveiro, quando tá frio, a televisão quando tá em casa, a geladeira que fica ligada durante a noite”, disse.
Sandra ainda relata que já comparou os valores de suas contas com a das casas em que ela trabalha. Nessas residências, os moradores ficam em casa a maior parte do dia e não tiram os eletrônicos das tomadas, mesmo assim, os preços se assemelham com o das contas que ela recebe.
“Na minha casa sempre foi cara a luz, mesmo tendo apenas duas pessoas morando lá, mesmo sendo um bairro da periferia. A solução seria colocar a placa solar, mas é muito caro. Se fosse pagar a vista seria cobrado R$ 3 mil e pouco para instalar sete placas”, contou Sandra.
A Energisa foi procurada pela reportagem para falar das situações relatadas e informou que verificaria cada situação.
No mês passado, a empresa já havia explicado que as ondas de calor influenciam, e muito, nos valores das contas de luz. "Ainda que o hábito da família não mude, é possível que haja um aumento de consumo, exclusivamente por conta das altas temperaturas. É importante ter em mente que os eletrodomésticos que trabalham principalmente com refrigeração, como ar-condicionado e geladeira, estão trabalhando por mais tempo nos dias mais quentes. E, como consequência, tem-se um maior consumo de energia para manter as temperaturas programadas nos aparelhos".
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