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Capital

Defesa afirma que casa onde homem seminu foi morto era alugada para prostituição

O corpo de Luiz Carlos de Souza Sanchini foi encontrado do outro lado da rua, no Jardim Imá

Gustavo Bonotto e Ana Beatriz Rodrigues | 28/04/2023 10:09
Peritos fazem os primeiros levantamentos no local onde o corpo foi encontrado (Foto: Henrique Kawaminami)
Peritos fazem os primeiros levantamentos no local onde o corpo foi encontrado (Foto: Henrique Kawaminami)

Após as investigações mostrarem que duas mulheres estão envolvidas na ocultação de Luiz Carlos de Souza Sanchini, encontrado seminu e com as pernas amarradas no Jardim Imá, o Campo Grande News conversou com a advogada de uma delas na noite da última quinta-feira (27). A defesa afirma que sua cliente apenas emprestava a residência para a suspeita do homicídio utilizar durante trabalho como prostituta.

A advogada Terezinha Morante Sena pontuou que não foi a primeira vez que a cliente emprestou a casa para serviços sexuais. De acordo com ela, a técnica de enfermagem, de 37 anos, se tornou confidente da suspeita e só interveio no crime após encontrá-la no portão, fazendo ligações telefônicas.

"Luiz e a acusada tinham ido primeiro em uma casa noturna, e depois, como a suspeita já estava com a chave da casa da minha cliente, foram até a residência no Jardim Imá. Como já havia dado o horário combinado para devolver [a chave], ela voltou para casa e encontrou a mulher no portão, pedindo ajuda para remover o corpo do local e tentando realizar contato com terceiros pelo telefone".

Segundo a defesa, a principal envolvida estava calma durante toda a ação. "A suspeita disse que havia enforcado um homem e precisava de ajuda para remover o corpo. Como ninguém atendia as ligações, ela começou a arrastar o homem até o portão. Minha cliente ficou desesperada, com medo de alguém ver esta cena em sua residência, e interveio".

A defensa alega que ambas tinham apenas um relacionamento profissional. "Minha cliente colocava mega-hair com a suposta autora, que trabalhava como cabeleireira. Elas não eram amigas, mas tinham um vínculo de profissional em que acabavam dividindo confidencialidades e outras coisas de mulher".

Conforme apurado pela reportagem, a principal suspeita de matar Luiz Carlos é mãe de crianças pequenas e está grávida do terceiro filho. Questionada, a defesa da indiciada disse que só soube da prisão, que ocorreu em uma boate no município de Dourados, no dia 17 de abril.

O caso - Luiz foi encontrado morto com ferimentos no corpo e pernas amarradas. Ele estava sem os documentos e foi identificado por meio das impressões digitais, exame realizado por peritos papiloscopistas no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal).

O homem estava só de cueca e com as pernas amarradas por uma camiseta no momento em que foi encontrado. No corpo dele, havia ferimentos na cabeça, abdômen e pernas. Ele foi localizado em terreno baldio por moradores que chamaram a polícia.

Em depoimento, a mulher acusada pelo assassinato disse que "apenas enforcou" o homem a quem devia aluguel de uma motocicleta. O cadáver foi encontrado no dia 28 de março, na Rua Florianópolis, Jardim Imá, em Campo Grande.

Conforme a delegada Franciele Candotti, responsável pela investigação, a mulher foi ouvida na semana passada e negou que tivesse matado Luiz. “Ela nega o crime, mas afirma que o enforcou. Ela também nega que os dois tivessem um relacionamento. No entanto, todas as provas no laudo indicam que foi ela. Agora vamos finalizar e juntar outras provas para concluir a investigação”, afirmou a delegada.

O caso foi registrado como ocultação de cadáver e homicídio qualificado que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido na forma tentada na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro.

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