Defesa afirma que casa onde homem seminu foi morto era alugada para prostituição
O corpo de Luiz Carlos de Souza Sanchini foi encontrado do outro lado da rua, no Jardim Imá
Após as investigações mostrarem que duas mulheres estão envolvidas na ocultação de Luiz Carlos de Souza Sanchini, encontrado seminu e com as pernas amarradas no Jardim Imá, o Campo Grande News conversou com a advogada de uma delas na noite da última quinta-feira (27). A defesa afirma que sua cliente apenas emprestava a residência para a suspeita do homicídio utilizar durante trabalho como prostituta.
A advogada Terezinha Morante Sena pontuou que não foi a primeira vez que a cliente emprestou a casa para serviços sexuais. De acordo com ela, a técnica de enfermagem, de 37 anos, se tornou confidente da suspeita e só interveio no crime após encontrá-la no portão, fazendo ligações telefônicas.
"Luiz e a acusada tinham ido primeiro em uma casa noturna, e depois, como a suspeita já estava com a chave da casa da minha cliente, foram até a residência no Jardim Imá. Como já havia dado o horário combinado para devolver [a chave], ela voltou para casa e encontrou a mulher no portão, pedindo ajuda para remover o corpo do local e tentando realizar contato com terceiros pelo telefone".
Segundo a defesa, a principal envolvida estava calma durante toda a ação. "A suspeita disse que havia enforcado um homem e precisava de ajuda para remover o corpo. Como ninguém atendia as ligações, ela começou a arrastar o homem até o portão. Minha cliente ficou desesperada, com medo de alguém ver esta cena em sua residência, e interveio".
A defensa alega que ambas tinham apenas um relacionamento profissional. "Minha cliente colocava mega-hair com a suposta autora, que trabalhava como cabeleireira. Elas não eram amigas, mas tinham um vínculo de profissional em que acabavam dividindo confidencialidades e outras coisas de mulher".
Conforme apurado pela reportagem, a principal suspeita de matar Luiz Carlos é mãe de crianças pequenas e está grávida do terceiro filho. Questionada, a defesa da indiciada disse que só soube da prisão, que ocorreu em uma boate no município de Dourados, no dia 17 de abril.
O caso - Luiz foi encontrado morto com ferimentos no corpo e pernas amarradas. Ele estava sem os documentos e foi identificado por meio das impressões digitais, exame realizado por peritos papiloscopistas no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal).
O homem estava só de cueca e com as pernas amarradas por uma camiseta no momento em que foi encontrado. No corpo dele, havia ferimentos na cabeça, abdômen e pernas. Ele foi localizado em terreno baldio por moradores que chamaram a polícia.
Em depoimento, a mulher acusada pelo assassinato disse que "apenas enforcou" o homem a quem devia aluguel de uma motocicleta. O cadáver foi encontrado no dia 28 de março, na Rua Florianópolis, Jardim Imá, em Campo Grande.
Conforme a delegada Franciele Candotti, responsável pela investigação, a mulher foi ouvida na semana passada e negou que tivesse matado Luiz. “Ela nega o crime, mas afirma que o enforcou. Ela também nega que os dois tivessem um relacionamento. No entanto, todas as provas no laudo indicam que foi ela. Agora vamos finalizar e juntar outras provas para concluir a investigação”, afirmou a delegada.
O caso foi registrado como ocultação de cadáver e homicídio qualificado que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido na forma tentada na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro.