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Capital

Demitidos pedem para passar Natal com juiz e protestam na prefeitura

Aline dos Santos e Yarima Mecchi | 19/12/2016 09:13
Funcionários da Omep e Seleta protestam em frente à prefeitura. (Foto: Fernando Antunes)
Funcionários da Omep e Seleta protestam em frente à prefeitura. (Foto: Fernando Antunes)

No terceiro protesto em três dias, funcionários das entidades que prestavam serviço para a prefeitura de Campo Grande, cobram o pagamento da rescisão trabalhista, declaram em cartazes que não são fantasmas e gritam “juiz, posso passar o Natal na sua casa?”.

A manifestação dos empregados da Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar) e Seleta (Sociedade Caritativa e Humanitária) acontece na manhã desta segunda-feira (dia 19). Eles caminharam da praça Ary Coelho até a prefeitura, na avenida Afonso Pena. A passeata reuniu mais de duas mil pessoas, provocando lentidão no trânsito.

Na semana passada, o juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, David de Oliveira Gomes Filho, determinou a extinção dos contratos, o que resulta na demissão de quatro mil pessoas.

A prefeitura divulgou comunicado na última sexta-feira (dia 16) informando que todos os funcionários contratados pelas duas entidades tiveram a atividade laboral interrompida e não podem ter acesso aos locais onde desempenhavam as suas funções.

Desta forma, os trabalhadores nem foram demitidos oficialmente. “Queremos o que é nosso de direito. Fomos mandadas embora da noite para o dia. Não recebemos nada, não recebemos o 13º salário”, afirma Iara Dias, 38 anos, que trabalhava como recreadora no Ceinf (Centro de Educação Infantil) Laura Rodrigues, no Jardim Moema. Segundo ela, a creche atende 170 crianças e tem 32 funcionários, sendo apenas um concursado.

“Não estou contra a decisão do juiz. Já que tem lixo na prefeitura tem que ser limpo, mas não recebemos nada. O juiz fala para a gente procurar a Justiça do Trabalho, mas são 4.300 funcionários, pensa no tempo que vai demorar”, diz Gislaine Andrade, que comemora aniversário de 26 anos hoje. Ela trabalhava no Ceinf Novos Estados.

Luzia Silene, 40 anos, conta que foi demitida no dia 12 de setembro e ainda não recebeu rescisão trabalhista. “Não assinei aviso, não deram baixa na Carteira de Trabalho. A Seleta alega que funcionária que faz a rescisão foi presa”, diz. O grupo que protesta é formado por recreadores, merendeiras e faxineiros. A média de remuneração é de R$ 980 por mês.

O pedido de extinção dos convênios partiu do MPE (Ministério Público Estadual), que já vinha apurando irregularidades e, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), realizou na terça-feira (13) a Operação Urutau, que resultou na prisão dos presidentes de ambas entidades conveniadas ao poder público.

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