Depois de adiamento, "Hulk" encara júri por matar e enterrar a ex em fossa
Medo de sentença fez apenas duas pessoas da família do acusado acompanharem júri
Edson Firmo Camargo, de 36 anos, traficante conhecido como “Hulk”, é julgado hoje, pela morte da ex-mulher, Graziele Quele Ferreira Gomes, de 39 anos, em Campo Grande. O assassinato aconteceu no dia 1º de maio de 2020.
O corpo de Graziele foi encontrado na Rua Pintassilgo, enrolado em um lençol, dentro de uma fossa desativada no quintal de uma residência, no Bairro Morada Verde. Edson foi considerado como principal suspeito desde que o corpo foi achado. Ele foi preso na noite do dia 2 de maio de 2020.
Edson é acusado de homicídio qualificado por meio cruel, feminicídio, além de ocultação de cadáver e fraude processual. Na plateia, apenas duas pessoas da família de "Hulk" acompanham o julgamento.
No sentimento que transborda nos olhos, cunhada e irmã de Edson deixam claro que é impossível entender o que aconteceu naquele 1º de maio. O assassino descrito pela polícia e pelo Ministério Público não é o Edson que a família conhece. "Um rapaz bom, trabalhador", definiu a cunhada Marina do Amaral, de 37 anos.
De acordo com Marina e com Juliana Firmo Pimentel, de 33 anos, irmã de "Hulk", a mãe de Edson não conseguiria assistir o próprio filho ser acusado pela morte de Grazi, assim como os outros sete irmãos, que preferiram não comparecer ao Tribunal de Júri, nesta manhã.
Quando falam de Grazi, Marina e Juliana lembram da presença da ex-mulher de Edson nos almoços de família ao fim de semana. "Na verdade, eles não tinham um namoro, ficavam juntos", explica a irmã. Segundo elas, esse relacionamento "incerto" era marcado pelo ciúmes. "Dos dois lados", completa a cunhada.
Depois do crime, a família se desestruturou e até hoje, vivem a angústia da incerteza do futuro de "Hulk". Como explicar o que Edson fez é impossível, para as duas, resta esperar o destino. "Seja o que Deus quiser", disseram irmã e cunhada do acusado.