“Desrespeitado, desvalorizado”, diz entregador que acusa cliente de agressão
Profissional afirma que foi agredido após buzinar na casa de cliente, na noite de sábado
“Desrespeitado, desvalorizado. Nós estamos trabalhando todos os dias para fazer o nosso melhor”, disse o entregador Igor Brum, de 21 anos, que acusa um cliente de ter sido agredido, na noite neste sábado (4).
“Lidar com pessoas assim é complicado, porque nós aguentamos muita coisa de boca fechada, mas isso foi a gota de água. Faça sol ou chuva estamos aí pra levar comida”, lamenta.
Ele conta que foi agredido após buzinar duas vezes em frente à casa do cliente, que mora no Jardim Paulista. Diante do episódio, Igor desabafou no grupo de WhatsApp, e a categoria se reuniu e fez o buzinaço na casa do morador, jogando até bombinha e pedras.
“Não tinha aviso para não buzinar na casa dele. Buzinei uma vez, fiquei esperando mais de 1 minuto, não apareceu, buzinei a segunda. Ele disse: 'Vocês são acostumados a chegar buzinando na casa dos outros e não descer da moto para fazer o trabalho de vocês'. Eu falei: 'meu trabalho é trazer o pedido, não tenho obrigação de descer da moto'”, detalhou Igor. Ele ainda disse que o cliente questionou o motivo de não ter tocado o interfone.
Ainda na versão dele, durante a discussão, o dono da casa queria pegar o produto antes de passar o código e abriu a bolsa à força para tirar o pedido. “Ele queria, primeiro, o produto para depois dar o código. Eu disse que ia devolver para o estabelecimento, quando eu ia subir na moto e ele me puxou pela alça da bag, eu cai, e ele chutou a bag. Ele abriu a mochila e pegou o produto. Eu bati as costas no chão no momento que ele me puxou”, contou.
O cliente também registrou boletim de ocorrência e disse que havia cerca de 100 motociclistas no local. De acordo com o registro, eles jogaram pedras, quebrando o interfone e atingindo o para-brisa do veículo que estava na garagem da residência.
O morador relatou aos policiais que foi ameaçado pelo entregador, que teria dito a ele que anotou as placas dos veículos dos familiares, repassando para os demais profissionais da classe.
Igor também rebate a acusação de ameaça feita pelo morador. “Ele está me acusando de ameaça, primeiramente, o portão de elevação dele estava fechado, ele tinha aberto o portão pequeno. Eu não vi placa de carro nenhum porque o portão estava fechado. Ele está me acusando de coisas que não aconteceram na hora”, explica.
O caso foi registrado pelo cliente na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, como ameaça, dano e vias de fato. Igor disse que na noite do acontecimento não conseguiu fazer o B.O e que vai registrar nos próximos dias.
A reportagem entrou em contato com assessoria do aplicativo Ifood. Em nota, informou que o "uso de violência é inaceitável" e que o caso citado já está sendo apurado internamente e que está à disposição para colaborar com as autoridades.
A empresa informa, ainda, que as boas práticas da relação entre entregadores e clientes têm sido reforçadas nos canais de comunicação da empresa, também em campanhas nas redes sociais e pelo próprio aplicativo para clientes.
* Matéria editada às 15h20 para acrescentar nota do Ifood