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Capital

Dias gelados castigam famílias mais pobres que vivem em barracos

Nesta quarta-feira (10), os termômetros chegaram aos 7ºC na Capital, de acordo com o Inmet

Viviane Oliveira e Cleber Gellio | 10/08/2022 09:48
Lidiane com dois dos 6 filhos (Foto: Cleber Gellio) 
Lidiane com dois dos 6 filhos (Foto: Cleber Gellio)

A chuva, a queda de temperatura e os ventos provocados pela chegada da frente fria no começo desta semana têm castigado famílias mais pobres que vivem em assentamentos e barracos na periferia de Campo Grande. Nesta quarta-feira (10), os termômetros chegaram aos 7ºC na Capital.

Vivendo há cerca de 2 meses no acampamento Zumbi dos Palmares, no anel rodoviário, às margens da BR-262, na saída de São Paulo e Sidrolândia, Vera Pereira Borges, de 54 anos, contou que teve o barraco de 3 peças, onde  mora com o marido Douglas Pereira Borges, de 26 anos, inundado pela chuva de ontem (9).

Sem ter o que fazer, o casal teve que ir para o barracão, espaço onde a comunidade se reúne. “Nós estamos sem auxílio do governo”, disse. O casal vive praticamente com renda de R$ 160 que vem do trabalho de Vera. Douglas fura poço e recolhe material reciclável para ajudar no orçamento, mas no momento está desempregado. Os dois contam com ajuda dos amigos para não passar fome. “Essa noite foi bastante fria”, reclamou Douglas.

Vera mostra o barraco onde vive com o marido há cerca de dois meses (Foto: Cleber Gellio) 
Vera mostra o barraco onde vive com o marido há cerca de dois meses (Foto: Cleber Gellio)

Perto dali, no Bairro Dom Antônio Barbosa, na favela Cidade de Deus, mãe de 6 filhos, com idades entre 1 ano e 16 anos, Lidiane Conceição da Silva, de 31 anos, é mãe solo e vive com renda do Auxílio Brasil de R$ 400. Ela contou que trabalhava de doméstica com carteira assinada, mas teve que sair do emprego para ir atrás de tratamento e cuidar do filho mais novo que nasceu com cataratas.

“Depois da pandemia da covid 19 tudo ficou mais difícil", contou Lidiane que mora com os filhos em um barraco enquanto a construção da sua casa (financiada pelo programa popular do governo), que fica na frente, no mesmo terreno, não termina.  Desprotegida da chuva e do frio, a família sofre em dias mais gelados. "Não sobra dinheiro nem para comprar um casaco velho”, reclamou.

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