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Capital

Dono de barraca negou pastel e rapaz voltou atirando: "Veio me atingir"

Jovem foi baleado por um policial de folga, a dois quilômetros do local de confusão na feira

Aline dos Santos e Liniker Ribeiro | 05/01/2020 16:15
Cadeira com marca de tiro foi levada para a delegacia. (Foto: Paulo Francis)
Cadeira com marca de tiro foi levada para a delegacia. (Foto: Paulo Francis)

O dono da barraca na feira das Moreninhas, onde Renan Miranda, 20 anos, efetuou três disparos na tarde deste domingo (dia 5), conta que o jovem pediu pastel na barraca, se alterou diante da negativa do proprietário e jogou pedras e um coco.

Depois, voltou de bicicleta e passou atirando. “Acho que ele veio para me atingir, como eu tinha mandado ele embora, quis me atingir”, diz o comerciante de 33 anos. Ele pediu para não ter o nome divulgado e aguarda para prestar depoimento na Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). Os disparos atingiram cadeira e a estrutura da barraca.

O comerciante conta que, da primeira vez, o rapaz chegou bastante alterado, indicando estar sob efeito de álcool ou droga. “Ele chegou pedindo pastel, mas como tinha clientes comendo, disse que não ia dar naquele momento e pedi para que se retirasse do local”, diz o dono da barraca. A feira é realizada na rua Barueri e os seguranças acionaram a polícia.

Depois de atirar as pedras e retornar atirando, o rapaz foi baleado por um policial de folga na Rua Inconfidentes, na Vila Cidade Morena, a dois quilômetros do local da confusão. Ele atirou contra o policial, que reagiu.

Renan foi levado para a Santa Casa de Campo Grande. O jovem está consciente e o quadro é considerado estável. Ele tem ferimentos no tórax e no joelho esquerdo. De acordo com o delegado Jarley Inácio de Souza, que foi ao local, o policial militar estava de folga e foi avisado da confusão na feira. Ao encontrar o autor, deu voz de prisão, mas Renan atirou.

“Ele fez o procedimento correto, entrou em contato com o Ciops [Centro Integrado de Operações de Segurança], pediu apoio”. A ocorrência ainda não foi registrada na Polícia Civil, mas o caso deve ser enquadrado em duas tentativas de homicídio (de Renan contra o comerciante e o policial) e lesão corporal decorrente de intervenção policial. 

Peritos trabalham na Rua Inconfidentes, onde jovem foi baleado. (Foto: Paulo Francis)
Peritos trabalham na Rua Inconfidentes, onde jovem foi baleado. (Foto: Paulo Francis)
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