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Capital

Dono de celulares “anti-espião” respondeu todas as perguntas, diz advogado

Comissionado do Tribunal de Contas do Estado prestou depoimento na manhã desta segunda-feira no Gaeco

Richelieu de Carlo e Ricardo Campos Jr. | 11/09/2017 12:25
Sede do Gaeco, onde Parajara prestou depoimento . (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Sede do Gaeco, onde Parajara prestou depoimento . (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Dono de três celulares com tecnologia anti-espionagem e de R$ 105 mil em dinheiro apreendidos durante a operação Antivírus, Parajara Moraes Alves Júnior prestou depoimento na manhã desta segunda-feira (11) no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Parajara deu esclarecimentos acompanhado do seu advogado, André Borges, que falou com a imprensa após a sabatina. “Ele respondeu todas as perguntas tranquilamente”, disse Borges. “Nós trouxemos documentos para comprovar sua atuação no Tribunal de Contas para mostrar que não houve irregularidades”.

A documentação será anexada aos autos e, segundo André Borges, as investigações aparentam estar apenas no início, já que não há transcrição dos áudios apreendidos, mas que mesmo assim seu cliente procurou esclarecer todos os questionamentos, para “evitar o dissabor dessa questão parar na Justiça”.

Parajara Moraes é servidor comissionado do TCE/MS (Tribunal de Contas do Estado) e, conforme o Portal da Transparência, ocupa cargo de diretor 1, cuja remuneração é de R$ 23.814. Do dinheiro apreendido, R$ 89.420 estavam na mesa do gabinete do investigado no tribunal e R$ 16 mil em sua residência.

Ele também chamou a atenção por ter três celulares Granite Phone. O aparelho é apresentado como totalmente seguro, com criptografia que elimina qualquer risco contra a privacidade dos seus usuários, roubo de dados e espionagem. O modelo custa R$ 3.299.

Conforme o advogado André Borges, os celulares foram comprados no mercado legal.

Num dos desdobramentos da operação Antivírus, são investigados contratos da empresa Pirâmide Central Informática com o poder público. Primeiro, em 26 de setembro do ano passado, fez contrato, com dispensa de licitação, com o Detran (Departamento Estadual de Trânsito), no valor de R$ 7,4 milhões.

Em 22 de dezembro, firmou contrato de R$ 9,4 milhões com o TCE. Na investigação, Parajara está entrelaçado a José Sérgio de Paiva Júnior, que é lotado na diretoria de administração interna do tribunal e proprietário da empresa North Consult.

Na operação, o Gaeco investiga crimes de corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

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