Dono de jornal tinha colete a prova de balas, mas estava sem quando foi morto
O dono do jornal UHNews, Eduardo Ribeiro Carvalho, 51 anos, executado na noite desta quarta-feira, tinha recebido há um ano, da Polícia Militar, um colete a prova de balas, mas não usava na hora do crime.
A Polícia encontrou na carteira de Eduardo a cautela deferida pelo Comando da Polícia Militar no dia 18 de novembro, em que o dono do jornal fazia o pedido porque estava sendo ameaçado.
Em duas linhas ele justificava apenas que estava sofrendo ameaças, mas sem outros detalhes, informou o delegado Divino Furtado Mendonça.
A Polícia Civil agora vai ouvir depoimentos de familiares e funcionários do jornal, entre um dos esclarecimentos que a investigação precisa ter é se ele usava o colete e por que não estava com ele no momento da execução.
Conforme o delegado, as principais testemunhas são o vigilante e a mulher de Eduardo, que estava dentro da casa, mas ao ouvir os disparos foi até a rua e viu a dupla na motocicleta quando eles voltaram para pegar o cartucho da pistola .45, usada na execução.
Eduardo Carvalho já havia sofrido um atentado há dois anos. Segundo o delegado, a esposa de Eduardo relatou que ele não sofria ameaças, mas que já tinha alertado o marido por diversas vezes, que tomasse cuidado por conta da vida profissional dele.
“Ele era uma pessoa polêmica, que fazia denúncias no site dele”, comentou o delegado. Há registros de Eduardo como vítima e também como autor de calúnia e difamação.
Crime - Eduardo Ribeiro de Carvalho foi executado por volta das 22h40 de ontem, em frente à sua casa, na rua Cláudia, no bairro Giocondo Orsi. Ele havia acabado de chegar em casa com a esposa, que dirigia um Ford Fusion e desceu para guardar a motocicleta que estava estacionada na rua, enquanto a mulher prendia os cachorros dentro de casa.
Segundo a esposa de Carvalho, neste momento ele foi atingido a tiros por um homem que seguia na garupa da motocicleta, conduzido por outro homem. Ao ouvir os disparos, ela voltou para a rua e encontrou o marido já caído no chão.
Carvalho morreu no local. Relatos indicam que houve entre três e cinco disparos. No corpo, haviam quatro perfurações. Os tiros atingiram a costela, tórax, axila e o quadril.
Carvalho estava com uma pistola registrada, calibre 380 que a mulher pegou e ainda tentou atirar quando a motocicleta passou novamente. Como a arma não disparou, a dupla fugiu em direção à Via Parque.
A Polícia suspeita que eles tenham voltado para buscar o cartucho da pistola que deixaram cair no momento do crime.
O caso será investigado pelo 3º Distrito Policial, que corresponde a área do crime, ou pela Delegacia de Homicídios.
O corpo de Eduardo Carvalho ainda está no Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal). Carvalho era policial militar aposentado.