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Capital

Donos de loja incendiada reclamam de estrutura dos bombeiros

Comandante afirma que não há problemas no trabalho. Sessenta militares e oito viaturas foram utilizadas

Nadyenka Castro e Mariana Lopes | 06/12/2012 11:37
Coronel Ociel Ortiz, comandante do Corpo de Bombeiros, e Bruna Oliveira, filha do proprietário do Paulistão. (Foto: Luciano Muta)
Coronel Ociel Ortiz, comandante do Corpo de Bombeiros, e Bruna Oliveira, filha do proprietário do Paulistão. (Foto: Luciano Muta)

Sentados do outro lado da rua, de frente para a loja em chamas, proprietários do Paulistão estão inconsoláveis e reclamam da falta de estrutura do Corpo de Bombeiros. Para a corporação, não há problemas no trabalho.

Esta é a segunda vez em cinco anos que os comerciantes testemunham o trabalho de décadas acabar em cinzas. Para eles, tanto no incêndio de 2007 como no desta quinta-feira, faltou melhor atendimento dos bombeiros.

Bruna Oliveira, filha do proprietário, Gilberto Cardoso, conta que chegou à loja por volta das 7 horas e o foco ainda era pequeno. Ela afirma que os bombeiros tinham acesso ao interior do comércio e que a primeira viatura que chegou ao local estava sem água.

Ela reclama ainda que houve demora dos militares para chegar à loja. “Estão há uma quadra e demoraram”, diz Bruna, referindo-se ao quartel do Corpo de Bombeiros localizado na mesma avenida, a poucos metros do comércio.

Diogo Moreira, genro de Gilberto, também reclama da estrutura e acrescenta. “Se pegar fogo em um prédio, morre todo mundo”.

Em relação aos prejuízos, Bruna não fala em valores, mas diz que havia muitos produtos no estoque por conta do Natal. “O prejuízo é muito grande”. Gilberto, o proprietário, não quis falar com a imprensa.

Bruna fala ainda que foi oferecido o algibre da loja, mas, os militares não aceitaram. A família tem comércio há 40 anos e há sete o prédio da Costa e Silva.

Bombeiros – O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Ociel Ortiz explica que o foco de incêndio estava em um dos aparelhos de ar-condicionado e que as chamas se alastraram rapidamente devido à grande quantidade de material inflamável: papel e plástico.

Segundo o comandante, a primeira viatura chegou na loja após uma funcionária tentar apagar o foco. A informação é rebatida por Bruna. Conforme ela, não havia ninguém no local e o primeiro trabalhador chega às 8 horas.

A escada Magirus só chegou ao local duas horas após o início do trabalho. De acordo com Ociel Ortiz, o equipamento estava no quartel do Parque dos Poderes e por isso a demora.

Trabalharam no combate, que durou aproximadamente três horas, 60 militares – destes, 25 com máscaras - e foram utilizados 70 mil litros de água.

Oito viaturas foram acionadas. Seis com água, um veículo auto-cascata e uma viatura de resgate, que não precisou ser utilizada. Também foram usados dois carros-pipa da Sanesul.

A assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros diz que o algibre não foi utilizado por questão de procedimento. Os militares teriam que encontrar, fazer a sucção e isso daria mais trabalho. Durante os trabalhos não houve falta de água.

Outro caso – Em agosto de 2007, a loja Paulistão localizada no Centro da Capital foi destruída por incêndio. Foram 11 horas de combate às chamas. O trabalho foi dificultado porque a única escada Magirus estava em manutenção.

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