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Capital

"É imperdoável", diz mãe de menina atropelada por bandido no Nova Lima

Jeozadaque Garcia | 29/02/2012 19:53

Rayane Pereira, de 6 anos, foi atropelada por um motociclista que fugia da polícia no final da tarde de ontem

Um misto de comoção e revolta marcou o velório de Rayane de Amorim Piccelli Pereira, de 6 anos, que morreu atropelada no fim da tarde desta terça-feira (28) no Nova Lima, região norte de Campo Grande. O motociclista Magno Henrique Martins dos Santos, de 28 anos, fugia da Polícia quando teria jogado a moto intencionalmente sobre a menina para despistar os agentes. Ele foi capturado em seguida.

“O que ele fez é imperdoável, e foi de propósito. Jogar a moto sobre minha filha para fugir. Só Deus mesmo agora na minha vida”, lamentou Lilian Lúcia de Amorim, mãe da criança. Ela estava em casa quando recebeu a notícia da filha mais velha, de 7 anos, que voltava da escola com Rayane.

De acordo com a Polícia Civil, os investigadores estavam atrás de Magno por conta de um mandado de prisão expedido no município de Rio Verde. Ele teria jogado a moto intencionalmente sobre a calçada onde estavam algumas crianças, inclusive Rayane, para tirar o foco da perseguição.

“Eu estava em casa e meu marido na porta. Minha filha mais velha chegou chorando, com a mochilinha nas costas, e contou o que tinha acontecido. Fui lá e vi minha filha jogada no chão”, lembra, com lágrimas nos olhos.

Lilian tem outros quatro filhos, de sete, três e dois anos, e um bebê de 11 dias. Eles não deverão acompanhar o enterro da irmã, marcado para as 9h desta quinta-feira (01) no Cemitério do Cruzeiro.

“Jogar o carro sobre minha filha para fugir. Só Deus mesmo agora na minha vida”, lamenta mãe de Rayane. (Foto: João Garrigó)
“Jogar o carro sobre minha filha para fugir. Só Deus mesmo agora na minha vida”, lamenta mãe de Rayane. (Foto: João Garrigó)

Ainda muito abalada, a mãe ficou rodeada por familiares durante o velório da jovem, que recebeu ainda a visita de amigos de escola, professores e vizinhos. Mesmo consternada, não esconde a indignação com Magno.

“Sinto raiva dele. Ele machucou ela toda, jogou a moto em cima...”, disse, sem conseguir completar a frase. “Hoje eu só peço justiça. Torço para ele não sair da cadeira”, concluiu, com a voz embargada.

“Não caiu a ficha” - Prima de segundo grau de Rayane, a auxiliar de cabeleireiro Silvana Amorim Paes recebeu a notícia da morte em sua casa, no bairro Guanandi, após chegar do trabalho. Para ela, “não caiu a ficha” e a morte da menina não será superada tão cedo.

Velório reuniu amigos, parentes, vizinhos e professores da menina. (Foto: João Garrigó)
Velório reuniu amigos, parentes, vizinhos e professores da menina. (Foto: João Garrigó)

“No momento eu não acreditei. Fui correndo para a Santa Casa para ver o que havia acontecido. Tínhamos muito contato”, lembra Silvana. Segundo ela, as famílias tinham o hábito de se reunir aos finais de semana para assistir jogos de futebol.

Neste final de semana, porém, o programa será cancelado. “Ele [Magno] acabou com tudo”, lamenta.

Simone Amorim Paes, irmã de Silvana, também custa a acreditar no que aconteceu.

“Era uma menina boazinha, que nunca dava trabalho. Não tinha maldade alguma e só sabia brincar”, lembra. “Ele destruiu várias famílias e tem que pagar. Todos estão revoltados”, finaliza.

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