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Capital

“É o lugar mais próximo que posso estar”: a dor do filho diante do túmulo da mãe

A visita ao cemitério mistura saudades, tristezas e doces lembranças

Aline dos Santos e Bruna Marques | 02/11/2021 09:39
“É o lugar mais próximo que posso estar”: a dor do filho diante do túmulo da mãe
“Fico pensando em como o mundo é cruel, refletindo como será depois da morte”, afirma Sidinei. (Foto: Marcos Maluf)

Enquanto o vento amainava o calor e fazia tremular as bandeirinhas brancas espalhadas pelo gramado do cemitério, o vendedor Sidinei Moreira de São Miguel, 39 anos, era todo saudade diante do túmulo da mãe.

 “Fico recebendo esse vento maravilhoso e pensando que aqui é o lugar mais próximo que posso estar dela. Ela criou seis filhos com muito amor e garra. Morreu com apenas 54 anos. Poderia ter vivido mais, estar vendo os netos crescerem”.

Sentado na grama, ele conta que a mãe partiu em 2 de maio de 2010, vítima de parada cardiorrespiratória. “Fico pensando em como o mundo é cruel, refletindo como será depois da morte”, afirma Sidinei.

A saudade do pedreiro Edilson Messias dos Santos, 48 anos, também é de filho. Ele mirava, longamente, a placa gravada com o nome do pai: Messias Eliseu dos Santos, que faleceu em 2011.

“É o lugar mais próximo que posso estar”: a dor do filho diante do túmulo da mãe
Vento amainava o calor e tremulava as bandeiras brancas pelo gramado de cemitério. (Foto: Marcos Maluf)

“Visito o túmulo no Dia de Finados, Dia dos Pais, na data de falecimento,  no dia do aniversário dele e no Ano Novo. Sinto a falta dele todos os dias, mas essas datas são muito tristes. Acredito que ele fique feliz que eu venha todas as vezes visitá-lo”.

A saudade do motorista José Renato, 55 anos, é de pai para filha. Ele conta que Renata foi vítima do câncer e morreu em 18 de janeiro de 2010, quando completou 18 anos.

"Tudo me lembra ela. Era uma pessoa querida, alegre, descontraía todo mundo. Mesmo nos problemas que enfrentou, estava sorrindo”, diz José. Parado em frente ao túmulo, enquanto uma lágrima descia solitária pelo rosto.

“É o lugar mais próximo que posso estar”: a dor do filho diante do túmulo da mãe
José Renato viu a filha morrer no mesmo dia em que ela compleou 18 anos. (Foto: Marcos Maluf)

Anadir Pereira Alves, 69 anos, foi prestar homenagem ao esposo e ao filho. Com a diferença de dois anos, os dois morreram em virtude de derrame cerebral. “Eu venho todo ano, estou pedindo a Deus para dar um bom lugar”.

No Cemitério Nacional Parque, nas Moreninhas, bandeiras brancas foram colocadas em todos os jazigos, como símbolo de paz, compaixão e serenidade. Em 2020, a homenagem foi um painel de fotos das vítimas da covid.

No decorrer do dia, serão realizados cultos, bênção das águas (400 garrafinhas) e distribuição de balões brancos.

“É o lugar mais próximo que posso estar”: a dor do filho diante do túmulo da mãe
Anadir leva orações para o esposo e filho neste Dia de Finados. (Foto: Marcos Maluf)


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