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Capital

Em 11 anos, saneamento básico gerou economia de mais de R$ 363 milhões na saúde

Além da redução nos custos das internações de doenças de veiculação hídrica, números de óbitos quase zeraram

Por Gabriela Couto | 15/11/2023 11:39
Pequeno Davi, de 1 ano e 8 meses bebendo água, com equipe da concessinária Águas Guariroba ao fundo (Foto: Gabriela Couto)
Pequeno Davi, de 1 ano e 8 meses bebendo água, com equipe da concessinária Águas Guariroba ao fundo (Foto: Gabriela Couto)

Uma guerra silenciosa é travada todos os dias ao abrir e fechar de uma torneira de água em Campo Grande. Em país que 100 milhões de pessoas não têm rede esgoto e outras 35 milhões não têm acesso a água potável, a Capital de Mato Grosso do Sul tem servido como exemplo de como o saneamento básico é benéfico para a saúde e a economia.

Conforme o levantamento histórico da plataforma do Instituto Trata Brasil, desde 2010 quando as informações começaram a ser catalogadas, a cidade apresentou uma redução de 158% das internações por doenças de veiculação hídrica e diminuiu 147% no número de incidência de internações totais pelo mesmo motivo, no comparativo a cada 10 mil habitantes.

Reprodução da tabela do Painel Saneamento Brasil mostrando a evolução dos números na Capital (Foto: Reprodução)
Reprodução da tabela do Painel Saneamento Brasil mostrando a evolução dos números na Capital (Foto: Reprodução)

De acordo com a presidente executiva do instituto, Luana Pretto, os números da Capital são relativamente baixos em relação ao restante do país. “O investimento médio em saneamento básico é de R$ 171 por habitante, que se traduz em maior população com acesso ao serviço. A média do Brasil é de R$ 82 por habitante. Ou seja, é mais que o dobro do que o país tem investido”, destacou

Nestes 11 anos, o município deixou de gastar mais de R$ 363 milhões em internações causadas por presença de microrganismos patogênicos (bactérias, como a Salmonella, vírus, como o rotavírus, e parasitas como a Giardia lamblia) na água utilizada para diferentes usos.

Para regiões que não tinham acesso ao esgoto, a chegada das máquinas da equipe da Águas Guariroba é sinônimo de felicidade. É unanime entre vizinhos que a ligação com a rede reduz custos com o famoso “tatuzão” e melhora a saúde de toda a família.

“Eu não aguentava mais furar fossa e pagar o tatuzão. Estava esperando a chegada do esgoto há muitos anos. É maravilho ter acesso ao serviço”, comemora a diarista Maria Aparecida Brandão, 51 anos, que mora no bairro Tiradentes.

Dona Dalva de Oliveira está muito feliz com a chegada do esgoto na Rua Sanfona, no bairro Tiradentes (Foto: Gabriela Couto)
Dona Dalva de Oliveira está muito feliz com a chegada do esgoto na Rua Sanfona, no bairro Tiradentes (Foto: Gabriela Couto)

Outra campo-grandense que também estava feliz com a chegada do serviço era dona Dalva de Oliveira. Ela mora com três filhos e seis netos e aguardava há 30 anos para desativar a fossa. “Sofremos muitos pagando caro para ter que desentupir sempre a fossa. Estou achando muito, porque vai trazer saúde para toda minha família”

Óbitos – Mas afinal, esgoto tem relação com a saúde? Pode matar? Sim.  As crianças de 1 a 5 anos são as que mais sofrem. Somente em 2021, foram 128 mil internamentos, sendo 45 mil deles, o equivalente a um terço, relacionados a crianças menores de cinco anos.

De acordo com o Datasus, mais de 11 mil internações por doenças associadas à falta de saneamento ocorreram na região Centro-Oeste do país. Foram identificadas 4 877 618 internações no Sistema Único de SaúdeSUS.

Comparativo dos números do Painel Saneamento Brasil mostrando a importância do serviço para a população (Foto: Reprodução)
Comparativo dos números do Painel Saneamento Brasil mostrando a importância do serviço para a população (Foto: Reprodução)

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