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Capital

Em 2 dias, mais de 1 denúncia por hora é registrada de violência contra mulher

São em média 29 casos por dia, mais de um por hora; levantamento nacional mostra que a cada 4 minutos, uma mulher é agredida

Anahi Zurutuza e Geisy Garnes | 09/09/2019 08:52
Casa da Mulher Brasileira, onde funciona a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Casa da Mulher Brasileira, onde funciona a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

Só no sábado e no domingo, 58 mulheres procuraram a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) em Campo Grande para denunciar situações de violência. São em média 29 casos por dia, mais de um por hora, portanto. 

Nestes dois dias, cinco homens foram presos, dois por lesão corporal, dois por fazerem ameaças a mulheres. O quinto caso foi registrado como importunação sexual. Um idoso de 72 anos foi preso por beijar a boca de uma menina de 12 anos.

Conforme o boletim de ocorrência, assustada, a criança correu para casa e contou o que aconteceu para a mãe, que chamou a polícia. Ele nega o crime e alega que a beijou no rosto.

No País - Questionada sobre como foi o fim de semana, antes de passar os números, a delegada Ana Luiza Noriler da Silva Carneiro comentou “nada de excepcional”. E não é mesmo. Estatísticas mostram que casos de violência contra a mulher só aumentam, ou pelo menos estão sendo mais denunciados.

Levantamento divulgado pela Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (9) aponta que no Brasil, a cada quatro minutos, uma mulher é agredida por um homem e sobrevive. No ano passado, foram registrados pelo menos 145 mil casos de violência —física, sexual, psicológica e de outros tipos– contra mulheres.

Em quase todas as situações, o agressor é uma pessoa próxima: ex ou atual marido, pai, padrasto, irmão, filho. Em 70% dos registros, a violência aconteceu em casa.

A menina que foi beijada neste fim de semana em Campo Grande frequentava a casa do idoso porque ele é avô de uma amiga dela. O caso também se enquadra em outro recorte trazido pela Folha – 7 em cada 10 registros de crimes sexuais contra mulheres, as vítimas são crianças ou adolescentes.

O levantamento é resultado de análise de 1,4 milhão de notificações recebidas entre 2014 e 2018 no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), do Ministério da Saúde.

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