Em 3 dias, 44 passaram por triagem em estrutura montada no Ayrton Senna

No feriado prolongado de Páscoa, entre sexta-feira (10) e domingo (12), 44 pessoas buscaram atendimento médico no espaço de triagem improvisado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) no Parque Ayrton Senna no bairro Aero Rancho.

Entre as 44 pessoas, no sábado (11), mulher de 49 anos buscou a equipe médica na triagem do Ayrton Senna após viagem aos Estados Unidos. Conforme explicou a Secretaria, ela esteve em Boston e chegou ao Parque com sintomas que “inspiraram cuidados”.

Com suspeita de estar com Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, a paciente teve de ser transferida para o Hospital Regional Rosa Pedrossian, referência para tratamento da doença. Segundo a Secretaria, ainda não há confirmação sobre este caso.

Diferente dos Hospitais de Campanha (que têm origem militar, mas são utilizados em situações de crise) que possuem leitos e possibilidade de que os pacientes com sintomas graves permaneçam internados, o espaço no Parque Ayrton Senna é chamado de polo de atendimento pela Sesau.

O local se assemelha a uma UBS (Unidade Básica de Saúde), mas foi improvisado apenas para triagem e atendimento emergencial do coronavírus. Começou a operar na sexta, equipado com farmácia dentro de um micro-ônibus, macas, ambulância e cilindros de oxigênio.

Sem necessidade de agendamento, os atendimentos ocorrem das 7h às 19h. A equipe foi coordenada e orientada pelo médico sanitarista Daniel Soranz, professor e pesquisador da fundação Fiocruz. A recepção tem quatro profissionais, um em cada mesa, que trabalham com medidor de temperatura que vai funcionar como pré-triagem.

Na fila para atendimento foi fixado no chão fita adesiva com a distância de 1,5 metro e meio para evitar aglomeração. Depois do atendimento, o paciente com é será encaminhado para um setor determinado, conforme a classificação de risco detectada no primeiro atendimento. Lá, os pacientes aguardam sentados.

A gravidade é que vai decidir o destino do paciente, a exemplo da mulher que veio dos EUA. O paciente vai para uma área que tem cilindros de oxigênio, de onde será encaminhado de ambulância para um hospital, se for o caso. No local foram instalados mini consultórios médicos, com macas para os pacientes, além de cadeira e mesa para os profissionais.

Alta procura – Do primeiro ao segundo dia de funcionamento, houve salto no aumento de pessoas que procuraram o polo. Enquanto na sexta-feira 2 pessoas foram atendidas, no sábado foram 34. No domingo, 8 pessoas buscaram o local.

No sábado, as 34 pessoas que procuraram atendimento vivem em 5 regiões de Campo Grande. Entre elas, 13 eram da região do Anhanduizinho que compreende o próprio bairro Aero Rancho e outros nas proximidades; 7 pessoas eram da região lagoa; 6 do bandeira; 5 vivem na região do centro e por último, 3 vivem na região segredo.

Dados da Sesau sobre o atendimento do sábado ainda mostram que a maioria, 19 pacientes, têm entre 30 e 39 anos (10 pacientes) ou idosos com mais de 60 anos (9 pacientes). Entre as 34 pessoas atendidas no Ayrton Senna no dia 11, 56% eram mulheres e 44% eram homens. Desse total atendido no sábado, a tosse foi sintoma encontrado na maioria: 20 pessoas. Em seguida, vem a febre e a dor de cabeça, presente em 15 pacientes.

Segundo a Sesau, a paciente que viajou aos EUA não tem doença crônica pré-existente. Além dela, um paciente teve que ser levado para a Santa Casa porque teve crise hipertensiva. Entre o grupo atendido nos três dias, cinco pessoas foram orientadas a ficarem em isolamento dentro de casa com atenção para evolução do quadro.

Dados de atendimento no domingo (12) indicam que a maioria a procurar o polo de atendimento tinha febre ou dor de cabeça, 23% para cada um dos dois tipos de sintoma. Em seguida, também representando 11% cada sitoma, vêm a dor de garganta e a tosse. Só no domingo, 5 pessoas foram diagnosticadas como casos suspeitos de Covid-19.

A distribuição de perfil por sexo ficou equiparada: metade dos pacientes que procuraram o Ayrton Senna no domingo eram homens e metade, mulheres. A maioria, ainda assim, disse morar na região do Anhanduizinho, um total de 62%. Em seguida, 25% disseram ter vindo da região do Imbirussu e, por último, 13% das pessoas que buscaram atendimento vivem na região do centro.