Em ação no trânsito, viúva de vítima lamenta desafios que pedestre enfrenta
Neste sábado, grupo promoveu campanha pela paz no trânsito, na região central da cidade
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“Meu marido tinha saído de casa para ir trabalhar. Ele estava na faixa de pedestre quando foi atropelado por um homem bêbado e morreu”. O relato de Neide Junqueira, de 50 anos, é só um de muitos que retratam a realidade do trânsito em Campo Grande. Em alusão ao Maio Amarelo, o ACICG (Núcleo de Autoescolas da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) promoveu uma ação de conscientização para evitar mais histórias como a compartilhada pela cuidadora de idosos.
No cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho, o semáforo foi palco da campanha "Paz no Trânsito" realizada na manhã deste sábado (18). Com cartazes e até pessoas fantasiadas de personagens ‘Vida’ e ‘Morte’, o grupo distribui panfletos informativos para pedestres e condutores sobre leis de trânsito e práticas de direção defensiva. O movimento contou até com trilha sonora, sendo Thriller do Michael Jackson a canção escolhida.
Idealizadora da ação junto ao ACICG, Mayra Fagundes, de 35 anos, fala que a campanha quer mostrar que o público tem como escolher entre a vida e a morte quando o assunto é comportamento no trânsito.
“Nós trouxemos hoje a morte e a vida para mostrar que temos escolha e conscientizar a população. Nós autoescolas temos o compromisso com a sociedade de formar condutores, por isso, estamos fazendo a ação para que todos sejam respeitados desde os pedestres e motoristas”, afirma.
Na área central da cidade, o fluxo de pedestres, condutores e motociclistas é constante. Quem não tem meio de transporte próprio fala que é difícil andar pelas ruas sem correr perigo. Liliane Bruna de Assis, de 37 anos, comenta que redobra os cuidados na região.
“É bem complicado o trânsito. Eu não dirijo, mas andando vejo que não respeitam os pedestres. Para atravessar é só quando o sinal fecha aqui no Centro e nas faixas que não tem sinal tento sair correndo. Se não tiver atenção, não tem como atravessar”, fala.
A doméstica garante que o cenário é igual no bairro onde mora. No Caiobá, ela expõe que presenciou vários acidentes sendo os mais recorrentes entre carro e moto. Para piorar, Liliane reclama da falta de sinalização e respeito às normas de trânsito. “Lá na minha rua a faixa de pare está apagada, os quebra molas ninguém respeita e passam correndo. Acho que poderia ter semáforo”, comenta.
Neide, que compartilhou o relato que abre a reportagem, perdeu o marido em 2020. Outros dois familiares se acidentaram recentemente e agora estão se recuperando. Um sobrinho quebrou o braço, enquanto o outro está com o braço ralado. Ambos acidentes foram de moto.
Como pedestre, ela diz que são várias as dificuldades que enfrenta diariamente. “Na região onde eu trabalho o pessoal quase passa por cima da gente. Mesmo tendo faixa de pedestre e semáforo ninguém respeita. Para atravessar é sempre com muita atenção”, destaca. Na visão dela falta consideração por parte dos condutores em relação aos pedestres.
Para reforçar a campanha do Maio Amarelo, o ACICG promove no dia 26 a “Caminhada pela paz no trânsito’ que será realizada no Parque dos Poderes.
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