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Capital

Pesadelo da vizinhança há 20 anos, "árvore assassina" é removida no Jd. América

Empresário fez dezenas de pedidos de corte e Semadur iniciou o processo de retirada esta semana

Por Kamila Alcântara | 18/05/2024 09:37
José Siqueira da Silva segura a placa que alertava os pedestres e motoristas sobre o perigo da árvore (Foto: Paulo Francis)
José Siqueira da Silva segura a placa que alertava os pedestres e motoristas sobre o perigo da árvore (Foto: Paulo Francis)

“É uma benção conquistada”, diz o empresário Helmuth Maaz, de 87 anos, sobre a retirada da figueira centenária da Rua Dr. Pacífico Lopes Siqueira, no Jardim América, trabalho que começou a ser feita pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) no inicio da semana, e deve durar mais alguns dias.

Proprietário de uma construtora, Helmuth é vizinho da figueira desde 1970. Os problemas começaram no inicio dos anos 2000, mas chegou ao ápice em 2021, quando um dos funcionários, que trabalhava como vigia noturno no local, foi encontrado caído com corte na nuca e um galho ao lado. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu.

Foi aí que ele fixou a placa de “árvore assassina” para chamar atenção de quem passa e, assim, conseguir a retirada total dela.

“Foi muito tempo de luta para conseguir essa retirada. Chega que estou aliviado em ver o pessoal trabalhando e saber que os transtornos vão finalmente acabar. Depois de tirarem por completo, vou plantar pés de ipês para contribuir com a arborização e beleza da rua”, compartilha o empresário.

Empresário Helmuth Maaz diz estar aliviado com a retirada da "árvore assassina" (Foto: Paulo Francis)
Empresário Helmuth Maaz diz estar aliviado com a retirada da "árvore assassina" (Foto: Paulo Francis)

Dentro da construtora vive o encarregado José Siqueira da Silva, de 71 anos, que já passou noites de chuva sem dormir, com medo de os galhos perfurarem o teto da casa, como aconteceu no galpão de armazenamento de máquinas.

“Quando chovia, ventava muito, era assustador. Olha que eu não sou medroso! Mas não tem quem não fique com medo, porque fazia muito barulho e vários galhos já perfuraram o teto da empresa”, conta José. Com a conquista do corte da árvore, empresário e funcionário "aposentaram" as faixas de alerta.

O problema também era sentido por quem passava pela rua e precisava desviar dos galhos pela rua. O auxiliar administrativo Alexssin Lima, de 21 anos, diz que já escapou de alguns atropelamentos. “Aqui é um trânsito muito pesado e, para piorar, os motoristas abusam da velocidade. A figueira tomou conta da calçada, tornando caminhar por aqui muito perigoso. Quando não é pelos galhos podres é pelos carros”, relata o jovem.

Um dos principais responsáveis pelo movimento de derrubada da “árvore assassina” é o jornalista Dionny Café, que acompanha o caso desde o acidente com o segurança. “Acredito que faltou cuidar dela desde o começo, com podas, para que não ficasse como está. Tempos atrás sofreu uma descarga elétrica, que consumiu todo o miolo do tronco, deixando ainda mais fragilizada. É triste ver uma espécie centenária sendo condenada”, disse o jornalista.

Operadores nas máquinas de poda terminam um dia de trabalho na figueira (Foto: Paulo Francis)
Operadores nas máquinas de poda terminam um dia de trabalho na figueira (Foto: Paulo Francis)

Em março de 2023, a Semadur informou ao Campo Grande News que uma vistoria foi feita na figueira no ano anterior. Na época, o Relatório Técnico emitido pelo Auditor Fiscal de Meio Ambiente recomendava apenas a poda. Agora, ela está sendo retirada. “A Semadur informa que está realizando o serviço de poda para posterior remoção da Figueira citada”, confirmou.

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