Em alerta, PM mantém equipes nas ruas para evitar novos ataques
Por conta do risco de novos ataques em Campo Grande, e também no interior de Mato Grosso do Sul, o Comando Geral da Polícia Militar afirmou hoje (14), durante entrevista coletiva, que está em alerta e vai manter equipes nas ruas.
O estado de alerta máximo foi confirmado pelo subcomandante do Comando Geral da Polícia Militar do Estado, coronel Francisco Assis Ovelar e pelo comandante do Batalhão de Choque, tenente coronel Marcos Paulo.
A intenção é evitar novos ataques e também manter a segurança para as pessoas que desejarem ir às ruas no domingo (17), quando acontece a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a partir das 14 horas. Grupos a favor e contra o processo articulam desde ontem (13) como vão acompanhar a votação.
“Nossas equipes estão nas ruas, para que se houver uma nova ação, possamos agir preventivamente”, afirmou Ovelar.
O serviço de inteligência da PM (Polícia Militar) está em campo, para colher novas informações. Até agora seis pessoas foram presas e o sétimo envolvido nos ataques, que foi identificado, ainda está em liberdade.
No domingo (17) a PM afirma que vai manter equipes nas ruas para garantir a segurança nos locais de maior concentração de grupos políticos, o que normalmente ocorre nas praças Ary Coelho e do Rádio, e ao longo da Avenida Afonso Pena.
Ataques - Nos dois casos, as chamas atingiram a fiação elétrica. A ordem para os ataques aos ônibus em Campo Grande, além de princípios de motim em outros seis municípios do interior de Mato Grosso do Sul, partiu de dentro do Estabelecimento Penal de Segurança Máxima, na Capital.
A situação foi confirmada pelo Comando Geral da PM, que já teria identificado o detento que comandou os ataques. Ainda não há confirmação de que ele é integrante do PCC (Primeiro Comandado da Capital), facção criminosa que tem membros nos presídios do Estado. Dois ônibus foram incendiados e um apedrejado durante a madrugada de hoje (14), em Campo Grande.
Esta é a primeira vez, de acordo com a PM, que ataques como este acontecem no Estado. A polícia também confirmou que tanto na Capital como no interior as ações foram realizadas em represália a “Operação Pente Fino”, que aconteceu ontem (13) na penitenciária.
No interior os motins aconteceram nos presídios de Três Lagoas, Ponta Porã, Dourados, Corumbá e Dois Irmão do Buriti. Durante a madrugada aproximadamente 1,5 mil detentos se manifestaram batendo nas grades.
Presídio - A operação na penitenciária Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima, aprendeu 61 celulares, chips, drogas e anotações da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual Administração do Sistema Penitenciário), Ailton Stropa Garcia, confirmou que a maior revolta foi no pavilhão com membros do PCC.
Sobre os documentos da facção, ele afirma que são importantes e a polícia pode fazer planejamento de operações. A vistoria de rotina foi feita por agentes penitenciários e por um grupo da diretoria penitenciária de operações especiais do Distrito Federal. “Os presos ficaram exaltados e foi preciso usar bombas de efeito moral”, disse Stropa, confirmando também que três internos foram isolados.