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Capital

Em meio a surto de covid-19, Hospital Regional descarta testagem em massa

Cirurgias eletivas estão suspensas pelo alto número de profissionais de atestado médico

Por Izabela Cavalcanti | 16/01/2024 12:24
Prédio do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (Foto: Paulo Francis)
Prédio do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (Foto: Paulo Francis)

Mesmo em meio a muitos casos de covid-19, o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) informou que não é necessário fazer testagem em massa nos funcionários.

O questionamento está sendo feito pelo Campo Grande News desde segunda-feira (15), mas o hospital não respondeu diretamente à pergunta. Nesta terça-feira (16), em mais uma tentativa, foi informado que a “atual situação não demanda testagem em massa, apenas as recomendações já adotadas para evitar transmissão” e que em casos de suspeitas, os funcionários tem à disposição o setor de Medicina do Trabalho.

Uma das recomendações da SES (Secretaria Estadual de Saúde) é que pessoas assintomáticas que tiveram contato com casos positivos também façam o teste para detectar o vírus ou não.

Ontem, a unidade de saúde iniciou a suspensão das cirurgias eletivas, pelo período de cinco dias, pelo alto número de profissionais de saúde que estão de atestado médico.

O comunicado foi assinado pelo diretor-geral do hospital, Paulo Limberger, que também pede para que as visitas sejam restritas, sendo de apenas um visitante por paciente, em um único horário preestabelecido. Além de reforçar o uso de máscaras.

Já o CTI (Centro de Terapia Intensiva) Pediátrico teve as visitas totalmente suspensas. Na unidade, dois pacientes e cinco profissionais de enfermagem haviam testado positivo para a covid-19.

Gerente do setor também sugeriu que quatro leitos do CTI sejam fechados para que a equipe dê conta de atender as crianças já internadas.

De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, Ricardo Bueno, são 2,1 mil funcionários trabalhando no local. Atualmente, 11 profissionais testaram positivos.

“Todos os funcionários do hospital são vacinados, só faz teste se tiverem sintoma. Foram 11 que testaram positivo. Na verdade, só pararam as cirurgias eletivas porque o quadro de funcionário é bastante deficitário, qualquer número significativo de atestado dá problema na escala, e para não ocasionar problema no atendimento ao paciente, foram suspensas”, defendeu.

Investigação – Profissionais da saúde procurados pelo Campo Grande News disseram que, a princípio, é necessário investigar de onde surgiram os casos.

Sem querer se referir a qualquer hospital, a assessora técnica da Superintendência Estadual do Ministério da Saúde de Mato Grosso do Sul, Silvia Uehara, ressalta que quando se refere a trabalhador da saúde é preciso ser investigado se a positivação tem vínculo com o trabalho. Se existir, o setor precisa ser avaliado para saber da existência de outros casos.

“Qualquer pessoa no mundo pode positivar para a covid. Agora, quando a pessoa é trabalhador de saúde existem protocolos pelos serviços de saúde de cada instituição. É investigado se a positivação para qualquer agente respiratório tem relação com o trabalho. Se por ventura esse funcionário trabalhar diretamente na assistência com pacientes, esses pacientes também são isolados”, disse.

Se positivado, o funcionário assintomático é afastado, normalmente, por cinco dias, podendo estender por sete dias.

A profissional também reforça sobre a importância do uso de máscaras e disponibilização de álcool em gel em qualquer unidade de saúde.

O médico infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Julio Croda, acredita que é necessário entender melhor o contexto dos casos positivos no hospital.

“Tem que entender melhor o contexto, são 11 pessoas, muito provavelmente existe índice epidemiológico. Tem que investigar melhor, é necessária medida para prevenção, deve investigar se está relacionado a uma ala específica do hospital e adotar medidas preventivas", disse.

O que diz o hospital – De acordo com o hospital, as medidas integram protocolo padrão para manter fluxo interno de trabalho, garantir a assistência aos pacientes e evitar riscos de infecções no local.

“Não há motivo para alarde. Todos os demais atendimentos estão ocorrendo dentro da normalidade e as equipes seguindo os protocolos recomendados a fim de garantir a segurança dos nossos colaboradores, pacientes e visitantes”, ressaltou o diretor-geral do HRMS, Paulo Eduardo Limberger.

Setores como ambulatório e Pronto Socorro seguem funcionando normalmente. A expectativa é que as cirurgias eletivas, bem como normalização das visitas, sejam retomadas ainda esta semana.

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