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Capital

Em paralisação nacional, alunos ficam sem aulas em escolas públicas

Em nota, a ACP informou que os profissionais da Educação Pública aderiram à paralisação, com decisão em assembleia

Viviane Oliveira e Clayton Neves | 13/08/2019 08:09
Cartaz afixado no portão da escola informa sobre a paralisação (Foto: Henrique Kawaminami)
Cartaz afixado no portão da escola informa sobre a paralisação (Foto: Henrique Kawaminami)

A maioria das escolas municipais e estaduais de Campo Grande aderiu nesta terça-feira (13) à Paralisação Nacional em Defesa da Escola Pública. Das cinco instituições que o Campo Grande News visitou apenas uma manteve as aulas.

Um cartaz afixado no portão da Escola Municipal Professor Arlindo Lima, na Rua Barão do Rio Branco, informava os pais e alunos sobre a paralisação. “As aulas desse dia serão repostas no dia 14/09 (sábado). As avaliações de hoje serão transferidas para a terça-feira da semana seguinte”.

Dois estudantes chegaram a ir, mas encontraram os portões fechados. Aluno do 7º ano, e preocupado com a prova de Inglês e Matemática, Adinelson Carneiro, 12 anos, contou que a escola avisou sobre a paralisação, mandou bilhete, mas ele acabou esquecendo. “A prova foi transferida para amanhã. Agora, vou esperar a minha irmã vir me buscar”. 

Na Escola Estadual Joaquim Murtinho, apenas os professores aderiram à paralisação. Duas funcionárias do setor administrativo que chegavam para trabalhar disseram que a direção encaminhou bilhete para os alunos e os pais informando sobre a greve. Até as 7h, nenhum aluno havia aparecido no colégio. Na Escola Estadual Vespasiano Martins, na Rua 13 de Maio, a situação era a mesma. Só os administrativos foram trabalhar.

A direção da Escola Estadual Coração de Maria, que fica na Rua Doutor Aníbal de Toledo, manteve as aulas. O pai de um aluno do 3º ano do Ensino Médio aprovou a postura da escola. “Meu filho estuda aqui há 3 anos. Desde então nunca presenciei paralisação aqui. Enxergo isso com bons olhos. Ponto positivo para a direção”, afirmou.

Na Escola Municipal Padre José Valentim, na Rua das Violetas, no Jardim Jóquei Club, três professoras que iriam assumir a educação especial nesta manhã encontraram os portões fechados. Duas delas, Denise Araújo, 45 anos, e Nilza Fernandes, 40 anos, disseram que não foram avisadas sobre a paralisação e aguardavam para falar com a diretora.

Preocupado com as provas, Adinelson esqueceu que hoje não haveria aula e foi para o colégio (Foto: Henrique Kawaminami)
Preocupado com as provas, Adinelson esqueceu que hoje não haveria aula e foi para o colégio (Foto: Henrique Kawaminami)
Professoras que começariam a trabalhar hoje encontraram a escola fechada (Foto: Henrique Kawaminami)
Professoras que começariam a trabalhar hoje encontraram a escola fechada (Foto: Henrique Kawaminami)

Ações - O dia será marcado por passeatas e debates. Às 8h, os professores se reúnem em frente à ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), localizada na Rua 7 de Setembro. Na sequência, farão passeata pelo Centro. A paralisação terá, entre outras pautas, os recentes cortes no orçamento do Ministério da Educação.

Segundo a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), as universidades e institutos federais estão entre os mais afetados, mas a educação básica também pode ser prejudicada. Um novo bloqueio no orçamento do MEC no valor de R$ 348 milhões, divulgado nesta quarta-feira (7), afetará a compra e a distribuição de centenas de livros didáticos que atenderiam crianças do ensino fundamental de todo o país. No dia 22 de março, os professores fizeram manifestação, também contra a reforma da previdência e cortes da Educação.

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