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Capital

Em parede de casa, marcas de 15 tiros lembram noite de terror na Nhanhá

A casa fica em frente ao local onde aconteceu a execução de Helton Dutra, de 22 anos.

Bruna Kaspary e Mirian Machado | 28/12/2018 08:18
Tiros acertaram muro, paredes e a árvore na frente da casa (Foto: Henrique Kawaminami)
Tiros acertaram muro, paredes e a árvore na frente da casa (Foto: Henrique Kawaminami)

A neta de uma dona de casa da travessa Boa Vizinhança, no Jardim Nhanhá, assistiu de perto a execução de Helton Dutra, de 22 anos, e contou com detalhes para a avó como tudo aconteceu. Nas paredes e muros estão estampados os traumas de uma família, que ficou com pelo menos 15 marcas de tiro na fachada depois do crime.

Segundo a mulher, que preferiu não se identificar, ela, a neta, de 16 anos, e três crianças, duas de 10 anos e uma de nove, estavam na frente da casa quando a idosa entrou para lavar o banheiro. “Minha neta disse que o Helton estava na esquina tomando água e logo que os dois começaram a conversar o carro apareceu”.

O jovem foi morto por três homens encapuzados que saíram de um Celta branco, carro que ele reconheceu momentos antes de ser atingido.

Ainda conforme a adolescente todos os integrantes do grupo estavam armados, e assim que o tiroteio começou só conseguiu abaixar a cabeça para se proteger. “Uma das crianças estava sentada do lado de onde um dos tiros acertou o muro”, lembra a idosa.

Com o susto, ela relembra que chegou a desmaiar dentro de casa depois que chamou pela neta e não ouviu resposta. “Ela até se sente culpada, porque o rapaz pediu a ajuda dela, mas ela entrou para me socorrer”.

Conforme a polícia, foram ao todo 22 disparos, sendo que muitos atingiram a casa da mulher.

A adolescente, que foi passar as férias na casa da avó, ficou traumatizada e está pedindo para a mãe que a busque porque está com muito medo, segundo a idosa. Ela ainda acredita que os atiradores sejam conhecidos da vítima, por todos estarem escondendo os rostos.

Moradores do bairro ainda especulam que Helton tenha morrido no lugar de outra pessoa, e que o alvo da execução seria um homem suspeito de ter matado uma pessoa que mora no Jardim das Hortênsias, o que teria provocado uma rixa entre grupos rivais dos dois bairros.

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