Em vigilância comunitária, vale até bater panela para espantar ladrão
Moradores do Jardim Aero Rancho criaram um sistema de segurança para alertar movimentos suspeitos após furtos
Cansados de furtos, moradores do Jardim Aero Rancho resolveram criar um grupo de monitoramento onde vale de tudo para espantar ladrões, desde bater panela, até custear a instalação de câmeras de vigilância.
O grupo foi criado há três meses e já tem 21 participantes. Por enquanto, são três câmeras que fazem o monitoramento da Rua Travessa Baturité, todas cedidas pelo autônomo Luciano Oliveira da Rocha, 42 anos.
Ele mora no local há 20 anos e já foi assaltado duas vezes. A casa dele é monitorada por câmeras há pelo menos 10 anos, conhecido até mesmo como “o BBB do Aero Rancho”. Contudo, a ideia de uma vigilância comunitária surgiu há pouco tempo, quando viu um sistema parecido em outro bairro da cidade e resolveu copiar.
“Quando vi, falei, vou copiar e levar para o bairro, e que as pessoas vejam e copiem também. Segurança é difícil aqui, tem muito terreno baldio que os donos não vêm limpar e aí o povo se esconde, é péssimo”, ressaltou.
Quando algum morador vê um movimento suspeito na rua, a regra é avisar no grupo do Whatsapp e fazer algum tipo de barulho em casa. “Bater panela, ligar a televisão, qualquer coisa para verem que tem gente por perto”, disse Luciano.
Além disso, cada participante tem uma plaquinha no portão de casa, que avisa sobre a vigilância comunitária, e todos contribuem com os custos das câmeras. No final desta semana, outro equipamento será instalado na rua, e um deles será realocado, totalizando quatro câmeras, que filmarão a rua de ponta a ponta.
As imagens são monitoradas por Luciano, por enquanto, mas após a instalação do outro equipamento, todos os moradores terão acesso às filmagens através de um aplicativo.
“Como a gente trabalha para ter as coisas, resolvemos criar isso aí, para monitorar. Aqui a maioria dos vizinhos são bons, quando precisa um ajuda o outro, socorre o outro, não são todos, mas a maioria”, afirmou.
A vendedora Maria Ana, 53 anos, mora no bairro há 12 anos e resolveu participar do grupo após seu vizinho ser assaltado.
“Pularam o muro e levaram bicicleta, um monte de coisa. Minha casa nunca foi roubada, mas sei de casas que já foram. A segurança está difícil e quanto mais a gente comenta, mais gente quer entrar (no grupo)”.
Na última semana, ela relatou que houve uma movimentação suspeita monitorada pelo grupo.
“Um rapaz que ninguém conhecia aparece aqui na rua, ficou um pouco por aqui e já avisaram no grupo. Aí fizeram barulho e ele foi embora, depois até puxamos nas câmeras para avisar”, completou.