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Capital

Empresa alvo de operação começou vencendo 25 licitações em 4 anos

A empreiteira é recordista em licitações vencidas em Campo Grande e Corumbá e oferece 19 serviços

Ângela Kempfer | 15/06/2023 12:00
Integrante do Gaeco durante operação desencadeada na manhã de hoje (Foto: Marcos Maluf)
Integrante do Gaeco durante operação desencadeada na manhã de hoje (Foto: Marcos Maluf)

Um dos alvos da Operação Cascalhos de Areia, realizada pelo Gaeco na manhã desta quinta-feira, é a empresa ALS Transportes, por contratos suspeitos com a Secretaria de Obras de Campo Grande. Desde 2013 são milhões em licitações vencidas pela empreiteira, que continuam até hoje, para pavimentação e manutenção de ruas na Capital, além de aluguel de equipamentos.

Especificamente, a operação de hoje é referente a atuação de possível organização criminosa estabelecida para a prática de crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, relativos a contratos para manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário de veículos à Capital que ultrapassam o valor de 300 milhões de reais.

No histórico da empresa, outro município recordista em licitações vencidas pela empresa é Corumbá. Investigações mostraram que por lá as negociações oficiais com a prefeitura, entre 2013 a 2016, renderam R$ 40 milhões só para locação de maquinários em Corumbá. Em 2018, foram mais R$ 10.223.885,02 para prestação de serviços de limpeza pública de capina manual, roçada mecanizada, pintura de meio-fio e varrição de vias e sarjetas no município.

A ALS, oficialmente, elenca 19 atividades desempenhadas, de obras de asfalto a tratamento de lixo, manutenção de ferrovias e aeroportos. Na lista, estão construção de edifícios, coleta de resíduos não perigosos; coleta de resíduos perigosos; tratamento e disposição de resíduos não perigosos; construção de rodovias e ferrovias; pintura para sinalização em pistas rodoviárias e aeroportos, obras de urbanização - ruas, praças e calçada, construção de estações e redes de distribuição de energia elétrica; construção de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construções correlatas, exceto obras de irrigação, obras de terraplenagem, administração de obras, transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, municipal; serviços de arquitetura, serviços de engenharia, serviços de cartografia, topografia e geodésia, atividades de estudos geológicos, aluguel de máquinas e equipamentos para construção sem operador, exceto andaimes; atividades de limpeza não especificadas anteriormente e até atividades paisagísticas.

Há contratos, inclusive, assinados para assumir revestimentos primários na MS-423 e MS-228, ambas assinadas com a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos).

As primeiras investigações contra a ALS foram abertas pela Polícia Federal. Segundo relatórios da PF entre 2007 e 2012, a empreiteira venceu 25 licitações em vários municípios do Estado. A empresa "estaria envolvida em esquema de desvio de recursos públicos, inclusive federais, tendo em vista a grande quantidade de licitações vencidas, o suposto acelerado aumento patrimonial de seu proprietário e a suposta realização de altos saques em dinheiro junto a instituições financeiras".

Os negócios teriam começado vendendo areia e depois passou a oferecer maquinário, acumulando patrimônio milionário em imóveis urbanos e rurais.

No ano passado, a empresa teve R$ 286,3 mil bloqueados da empresa por desrespeito a um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para preservação da APA (Área de Preservação Permanente) do Guariroba, onde ficam os mananciais do córrego que abastece parte de Campo Grande.

Uma equipe do Campo Grande News esteve na empresa ALS para ouvir os responsáveis e também tentou contato por telefone, mas não houve resposta até o momento da publicação desta reportagem.

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