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Capital

Entendendo que houve legítima defesa, Justiça solta homem que matou vizinho

No último domingo, Paulo foi atacado com uma faca e matou o vizinho com 10 golpes

Dayene Paz | 13/04/2022 09:23
Manchas de sangue no local onde ocorreu a briga. (Foto: Henrique Kawaminami)
Manchas de sangue no local onde ocorreu a briga. (Foto: Henrique Kawaminami)

Entendendo que houve legítima defesa e também pelo fato de Paulo Nathan Rodrigues da Silva, de 29 anos, ser réu primário, ter residência e emprego fixo, a Justiça o soltou, mediante uso de tornozeleira eletrônica e medidas cautelares. Na noite do último domingo (10), Paulo matou a facadas o vizinho, José Donizete Rodrigues dos Santos, 51, na Vila Santo Eugênio, em Campo Grande.

Paulo foi preso em flagrante pela polícia e o Ministério Publico foi favorável à decretação da prisão preventiva. No entanto, em sua decisão, o juiz Valter Tadeu Camargo afirma que não há risco de fuga e nem à garantia da ordem pública "já que não possui personalidade voltada à prática de delitos".

O juiz reconhece que houve excesso de Paulo ao desferir 10 facadas na vítima e depois a golpear com um soquete de pedreiro. Mas leva em consideração também o depoimento de testemunhas que viram Paulo sendo surpreendido pela vítima e tomou a faca para se defender.

Vila de casas onde autor e vítima moravam, na Vila Santo Eugênio. (Foto: Henrique Kawaminami)
Vila de casas onde autor e vítima moravam, na Vila Santo Eugênio. (Foto: Henrique Kawaminami)

Paulo foi solto mediante uso de tornozeleira eletrônica por 180 dias, também recolhimento domiciliar noturno, das 20h às 6h.

Crime - Para a polícia, Paulo contou que morava na vila de quitinetes, na Rua Many Scaff, na Vila Santo Eugênio, há aproximadamente dois meses. Donizete já morava no local, mas afirma nunca ter conversado com ele. Paulo relatou ter presenciado várias vezes Donizete abrindo a porta da casa e xingando os moradores. Ele também era alvo constante de xingamentos, mas relata que ficava quieto para as acusações, pois já tinha conhecimento de que José foi expulso de outro residencial onde morava pelos mesmos problemas.

No dia anterior ao crime, houve uma reunião com os moradores, sendo que o proprietário da vila teria afirmado que expulsaria Donizete diante das constantes brigas. No entanto, Paulo afirma ter ficado calado na reunião. Naquele momento, Donizete prometeu cessar as brigas.

No entanto, durante a manhã de domingo, dia do crime, Paulo afirma que foi perseguido por José Donizete, que correu atrás dele para brigar. Depois disso, Paulo se assustou e já teria mencionado ao proprietário da vila que iria deixar a casa, pois a situação com o vizinho estava insustentável.

Já durante a noite do mesmo dia, Paulo contou que chegava da casa de um amigo, quando encontrou Donizete na entrada do residencial. O homem o olhou feio e colocou a mão na cintura, mostrando uma faca e avançando em Paulo. O homem jogou a bicicleta para se defender e, em seguida, começaram uma briga.

Paulo lembra ter sido esfaqueado na perna, mas conseguiu tomar a faca de Donizete e passou a golpeá-lo. Foram aproximadamente quatro golpes. Moradores separaram a briga e Paulo conta que, mesmo vendo a vítima sem reação, pegou um soquete de pedreiro e a golpeou nas costas.

Em seguida, Paulo entregou a faca a um vizinho, entrou em casa e trocou de roupa, pois estava sujo com sangue. Paulo nega ter tomado banho, como registrado em boletim de ocorrência. Ele afirma que seguiu até a casa de uma tia, onde esperou pela polícia. No final do depoimento, relatou que estava arrependido e que se pudesse voltar atrás, teria mudado de casa.

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