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Capital

Entre carros e abismo, quem passa na ciclovia da Afonso Pena se arrisca

Nícholas Vasconcelos | 20/04/2013 07:59
Placa manda descer da bicicleta para atravessar. (Foto: Marcos Ermínio)
Placa manda descer da bicicleta para atravessar. (Foto: Marcos Ermínio)
Quem passa pela ciclovia da Afonso Pena se aperta em uma faixa de menos de um metro. (Foto: João Garrigó)
Quem passa pela ciclovia da Afonso Pena se aperta em uma faixa de menos de um metro. (Foto: João Garrigó)

Quem utiliza a ciclovia da avenida Afonso Pena entra em uma dúvida no final do trecho, ao passar pelo viaduto Italívio Coelho, sobre a rua Ceará. A placa da sinalização manda o ciclista atravessar desmontado do veículo, mas na prática, quem segue a orientação, corre risco de ser atropelado pelos veículos que passam pela avenida.

Quem atravessa a ciclovia precisa se espremer em menos de meio metro entre os carros que passam pela avenida, que tem limite de velocidade de 60 km por hora, e a mureta de proteção do pontilhão.

“O ideal é passar aqui na bicicleta e diminuir o tempo de travessia”, explica o cabeleireiro e esteticista Carlos Alberto Moreira, 47 anos, que todos os dias pedala 15 quilômetros entre o Centro e o bairro Oiti, na saída para Três Lagoas, e usa a ciclovia.

Se arriscando ser atropelado por ônibus, camionetes e carros que usam a faixa da direita, Carlos segue a recomendação da placa e se arrisca ao passar.

Quem resolve passar sem descer, passa mais rápido pelo local, mas corre o risco de ser atingido por um carro e acabar caindo na pista da rua Ceará, metros abaixo.

Independente da opção, a sensação ao passar pelo local é de medo de ser atingido pelos carros ou parar na rua Ceará, logo abaixo.

Aqueles que se arriscam  a atravessar montado, corre risco de cair. (Foto: João Garrigó)
Aqueles que se arriscam a atravessar montado, corre risco de cair. (Foto: João Garrigó)

“A altura que fica, você pode cair e não adianta estar de capacete, porque vai morrer”, questiona.

Pontos - Campo Grande tem 85 quilômetros de ciclovias, distribuídos entre as principais avenidas e saídas da cidade e servem como opção para quem busca transporte alternativo aos carros, ônibus e motos, além do lazer.

Na Orla Morena, Ferroviária, Via Morena, parques do Imbirussu, Segredo, Cabaça, Lagoa, Sóter, Segredo, Cabaça, avenidas Coronel Antonino, Dom Antônio Barbosa, Costa e Silva, Gury Marques, dos Cafezais e na rua Petrópolis o ciclista encontra espaço para circular pela Capital.

A Ciclovia da avenida Afonso Pena foi inaugurada em dezembro do ano passado e tem 7,6 quilômetros de extensão, desde a praça Newton Cavalcante e até a entrada do Parque dos Poderes.

Para quem resolve seguir pela Afonso Pena se protege como pode ao passar pelos cruzamentos da ciclovia e principalmente pelo pontilhão. “Eu tento fazer a leitura dos semáforos lá em cima para poder atravessar”, explica Carlos Alberto, apontando para o cruzamento com da avenida com a rua Dona Ambrosina e a rua Alagoas.

Os ciclistas que passam pelo local sugerem como alternativa a instalação de uma grade ou alambrado para proteção, para pelo menos diminuir o risco de uma queda.

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