Episódio de maus-tratos a paraplégico expõe drama de drogas em condomínio
Vizinhos registraram cena de mulher maltratando o filho e, para família, problema é mais profundo
“Ela vai morrer ali ou vai se matar, não sei o que vai acontecer”. Sem saber o que fazer, irmã de mulher filmada por vizinhos maltratando o filho paraplégico, pede por socorro para conseguir ajudar família, que sofre com drama das drogas no Condomínio Jasmin.
Na noite desta quinta-feira (18), moradores do condomínio no Jardim Carioca registraram a mulher, de 52 anos, que não será identificada para não expor o filho, com um cinto na mão e o jovem se arrastando. Para a irmã, de 53 anos, toda a situação é resultado de problemas psiquiátricos aliados ao vício em drogas.
Diagnosticada com transtorno bipolar e usuária de drogas desde a adolescência, a mãe registrada apresenta indícios do quadro atual há muito tempo, de acordo com a irmã. “Desde a morte do pai, em 2001, ela entrou em depressão. Depois perdemos irmãos e teve o acidente do menino. Ela não consegue superar”, explica.
Toda a narrativa é explicada pela irmã partindo do consumo e venda de drogas no local. Ela relata que já tentou ir até o condomínio para entregar remédios à irmã e teve o carro destruído há cerca de um ano, “eu ia lá com medo, não sei lidar com essa situação. A lei é deles lá”.
Conforme relatado por ela, desde o acidente do sobrinho, há dois anos, diversas tentativas de ajuda foram realizadas. “Todo tipo de ajuda que uma pessoa pode fazer eu tentei, mas estou sozinha nessa história. Tenho medo de ir lá e vendo minha irmã machucada porque batem nela e ficam me vigiando. Não posso mais ir lá”, diz.
Ilustrando a complexidade da situação, ela relata que a irmã já não mais possui o cartão para retirar salário mínimo recebido através de benefício da Loas (Lei Orgânica da Assistência Social). “Vi que estava mais sério do que pensava, ela dá o cartão dela para quem vende as drogas”, disse.
Sobre o vídeo, ela diz que só pode por ajuda do Poder Público, já que sozinha não conseguiu evoluir na ajuda. “Ali é uma especial cuidando de outro especial”, diz.
Boletim de ocorrência registrado neste mês também compõe o caso complexo. De acordo com o registro, a mulher comunicou que foi vítima de lesão corporal e furto qualificado.
História antiga - Quem mora no local compartilha da mesma preocupação exposta pela família. Vizinha, de 50 anos, que não quis se identificar por medo de retaliação, disse que algum tipo de intervenção é urgente, “aqui, quem precisa de socorro mais rápido é ela”.
As agressões relatadas pela irmã são confirmadas pela vizinha, “os outros estão espancando ela. Ela vai nas portas reclamar, brigar, e tem outras pessoas com o mesmo problema de dependência e estão batendo muito nela. Do jeito que ela tá, se não tiver nenhuma providência, eles vão matar ela aqui dentro”, relata.
Também morador, de 30 anos, disse que há brigas gerais dentro do condomínio, mas que a situação tem piorado. “Quando eu conheci ela, não tinha todos esses problemas. Reclamação dela tem várias aí”, conclui.
Confira o vídeo abaixo: