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Capital

Estado que “mais mata” mulheres, MS recebe ator que teve esposa assassinada

Ao lado de Raul Gazolla, viúvo de Daniella Perez, estão promotoras que atuam contra a violência doméstica

Ana Beatriz Rodrigues | 01/06/2023 14:51

Por conta dos números altos de crimes contra mulher em Mato Grosso do Sul, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul contou com a participação do ator global Raul Gazolla para o lançamento na manhã desta quinta-feira (1º) da campanha “Seu silêncio pode matar você”, alusiva ao Dia Estadual de Combate ao Feminicídio.

Gazolla foi convidado a participar do evento, por ter vivenciado experiência relacionada à violência contra a mulher há 31 anos - quando ainda nem se falava em feminicídio, qualificadora para o crime de homicídio instituída pela lei nº 13.104/2015. Em 28 de dezembro de 1992, ele perdeu a esposa Daniella Perez, atriz em ascenssão, assassinada durante a gravação de uma novela da Rede Globo.

Nesta tarde, durante palestra, ao lado do ator, estão as promotoras de Justiça Livia Carla Guadanhim Bariani e Renata Goya, atuantes no combate à violência doméstica. O evento está sendo transmitido ao vivo pelo canal do MPMS (MPMS) no YouTube.

Pelas redes sociais o ator fez o convite a toda a população que queira participar. "A palestra vai ser com o tema 'Você merece um amor leve'", explicou Livia e Gazolla completou: "Estou aqui para apoiar esta causa e acabar com essa p... [se referindo ao crime]".

A iniciativa busca sensibilizar e provocar uma reflexão sobre os altos índices de violência doméstica e familiar contra a mulher no Estado e no País, principalmente no aumento dos casos de feminicídios.

Levantamento - Dossiê do MPMS mostra que o Estado teve a maior taxa de tentativa de feminicídio do Brasil, 3,5 a cada 100 mil mulheres, em 2023, e lidera o ranking nacional com a maior taxa de assassinatos, 8,3 a cada 100 mil mulheres.

O balanço toma por base os registros dos quatro primeiros meses deste ano. De janeiro a abril de 2023, 52 mulheres quase perderam a vida nas mãos de agressores e 7 foram assassinadas. O número corresponde a 41,9% do total de tentativas de feminicídio registradas em todo o ano de 2022 - quando 124 mulheres sobreviveram aos ataques e 37 não tiveram a mesma sorte.

O que também chama atenção é que em 66,7% dos casos registrados este ano, houve descumprimento de medida protetiva após intimação do autor e 37,1% das vítimas tinham idade entre 20 e 29 anos.

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