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Capital

Estiagem de 37 dias reflete em UPAs lotadas; previsão é que seca continue

Demanda de pacientes que precisam de inalação aumentou até 50%, segundo a Sesau

Anahi Zurutuza | 14/07/2016 15:25
Eronildo, filho de Aline, está tratando pneumonia na UPA do Coronel Antonino há oito dias (Foto: Alcides Neto)
Eronildo, filho de Aline, está tratando pneumonia na UPA do Coronel Antonino há oito dias (Foto: Alcides Neto)

Há 37 dias não chove em Campo Grande e tempo seco já fez aumentar a demanda nos postos de saúde. Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), a estimativa, sem números concretos, é de que houve acréscimo de 40% a 50% na quantidade de pacientes que necessitam de inalação e de 30% a 40% de pessoas que procuram as unidades com problemas respiratórios para o primeiro atendimento após o aparecimento dos sintomas.

De acordo com Lívia Mello, gerente-técnica de doenças endêmicas da SES (Secretaria de Estado de Saúde), a baixa umidade relativa do ar propicia o contágio com vírus e bactérias que provocam doenças como gripe e pneumonia, por conta do ressecamento do aparelho respiratório e também do aumento da circulação destes microorganismos. “Os sintomas podem ser desde o desconforto e sangramento nasal, por conta do ressecamento e inflamação das mucosas, até a falta de ar. Fora, as dores de garganta e tosse”.

Crianças e idosos são os que mais sofrem os efeitos do tempo seco. Há oito dias, a cabeleireira Aline Oliveira Lima, 24, tem de ir diariamente à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino – no norte de Campo Grande – para que o quadro da saúde do filho, Eronildo, de 1 ano e 4 meses, seja avaliado. “Ele teve de fazer três inalações, mas como ele não estava tão grave, preferimos não internar. Agora, ele vai fazer um raio-x do pulmão para ver como está a situação”, relatou a mãe na noite desta quarta-feira (13) ao chegar ao posto de saúde.

Ela conta que nesta época do ano, o garoto, que está com pneumonia, sofre mais. “No ano passado, também foi assim. Começa com uma gripezinha, depois vem o peito cheio, a febre”.

Luiz Antônio também tem pneumonia e precisou de três inalações, entre a tarde e a noite e ontem (Foto: Alcides Neto)
Luiz Antônio também tem pneumonia e precisou de três inalações, entre a tarde e a noite e ontem (Foto: Alcides Neto)

O mecânico Fabio Costa, 35, teve de sair do trabalho ontem para buscar o filho na creche e levar até a UPA. “Ele estava com dificuldade para respirar”, conta.

Luiz Antônio, de 1 ano, foi diagnosticado com pneumonia, precisou fazer três inalações entre a tarde e a noite de ontem. O menino já teve problemas respiratórios por cinco vezes. “Ele é muito sensível”, completou o pai.

Previsão – De acordo com o meteorologista Instituto Nacional de Meteorologia, Marcelo Schneider, desde o dia 7 de junho não chove na Capital. Para hoje, o Inmet havia emitido alerta para a baixa umidade relativa do ar para todo o Mato Grosso do Sul, podendo o índice ser menor que 20%.

Conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde), níveis de umidade abaixo dos 30% são arriscados para a saúde humana.

Há previsão de chuva para os próximos dias, mas não o suficiente para fazer subir a umidade relativa do ar por tempo prolongado. “Melhora a umidade só no dia”, explica Schneider.

De acordo com o Inmet, a sexta-feira (15) ainda começa quente e com baixa umidade, mas no decorrer da tarde uma frente fria se aproxima. Ela passará rapidamente pelo Estado e provocará pancadas de chuva amanhã à noite e no sábado, tanto na Capital quanto em algumas cidades do interior.

No domingo, o tempo volta a ficar seco, mas com temperaturas mais baixas.

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