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Capital

Falta de promotor adia júri de réus por morte em tribunal do crime do PCC

Nenhum dos 27 promotores consultados aceitaram substituir colega que é do grupo de risco da covid-19

Adriano Fernandes e Marta Ferreira | 17/09/2020 22:00
Corpo de vítima executada por acusado que teve juri adiado, sendo retirado de carro incendiado. (Foto: Arquivo) 
Corpo de vítima executada por acusado que teve juri adiado, sendo retirado de carro incendiado. (Foto: Arquivo)

A falta de Promotor de Justiça causou o adiamento do júri de Paulo Henrique da Silva Lemes, que estava agendada para esta sexta-feira (18) pela execução de Edgar Nunes da Silva, num “tribunal do crime” imposto pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).

Por integrar o grupo de risco da covid-19 devido à asma o promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, solicitou à Procuradoria Geral de Justiça do Ministério Público, a designação de outros promotores para atuar nos júris dos dias 18 e 25 de setembro.

No entanto, nenhuns dos 27 promotores consultados pela instituição se dispuseram a participar do júri de amanhã. Diante da situação o juiz Aluizio Pereira dos Santos da 2ª Vara do Tribunal do Júri, se viu obrigado a cancelar o júri e lamentou o ocorrido.

“Minha indignação é que faz seis meses que os júris de presos estão suspensos por causa da pandemia e quando se consegue voltar à normalidade, mesmo no período da pandemia com esforço de todos para agendar os julgamentos, não o Dr. Douglas, mas a instituição do Ministério Público, não obstante inúmeros promotores na Capital, sem contar no interior, informa que não pode socorrer o promotor”, pontuou o juiz no despacho. Aluizio também sugeriu ao poder judiciário que tome providências para que o mesmo não se repita.

Desde a retomada dos julgamentos no tribunal do júri, há apenas dois dias, esta já é a segunda vez que um julgamento é adiado. “Não tem outra alternativa a este Juiz senão acolher as justificativas acima, deferindo lamentavelmente o pedido de adiamento”, completa. Ainda não há uma nova data para o julgamento de  Paulo Henrique da Silva Lemes.

Tribunal do Crime - Edgar Nunes foi mais uma das vítimas das guerras entre facções na Capital. Ele foi torturado até a morte a mando do PCC em uma casa no Parque Tarsila do Amaral. O seu corpo foi encontrado carbonizado dentro de um Fiat Uno, na manhã de 18 de novembro de 2018 em estrada vicinal, que fica no prolongamento da Rua Elias Catan, no Jardim Anache, em Campo Grande. Além de Paulo Henrique também será julgado pelo crime o comparsa do acusado, Fernando Barbosa da Silva.

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