Família de menina morta em escolinha vai ao MP pedir rigor na investigação

Familiares da menina Luiza de Oliveira Custódio Martins, 2 anos, que morreu após passar mal na escolinha infantil onde estudava, na Vila Alba, região oeste de Campo Grande, no último dia 10, vão até a sede do Ministério Público de Mato Grosso do Sul nesta quinta-feira (16) pedir um maior rigor na apuração do caso.
Avó paterna da criança, a pedagoga Cristiane Prudente Martins, 52, quer explicações principalmente dos primeiros socorros dado pela Escola de Educação Infantil Raio de Sol, onde Luiza estudava desde o início do ano.
“Minha principal preocupação é saber se Luiza tinha gente capacitada para atender suas necessidades especiais”, destacou Cristiane, referindo-se ao fato da sua única neta ter síndrome de down.
Segundo a polícia, Luiza sofreu uma parada cardíaca após passar o dia com febre e respiração ofegante. Os médicos constataram vestígios de achocolatado e sangue quando fizeram a aspiração de suas vias aéreas e a suspeita é de que a criança tenha engasgado.

Cristiane também concorda com a suspeita. Mas rebate a alegação dada pela escola ao Campo Grande News no dia do ocorrido de que Luzia já apresentava sinais de estar ofegante antes do fato.
“Ela não estava com febre, como disseram, sempre foi saudável, nunca deixou de comer. Uns 15 dias antes levamos para fazer exames, nada foi constatado. A única recomendação é que não se podia mamar deitada, pois com a condição especial há o risco de se infeccionar os ouvidos”, disse a avó.
Ela também rebateu a fala da escola de que o pai teria chegado muito depois de comunicado. “É que ele foi de moto, por isso precisou esperar que fóssemos de carro. Mas não demorou como falaram”, completou.
Apesar do ocorrido, a avó não quer culpar a escola pelo ocorrido. Disse que mesmo com a desconfiança da falta de uma profissional adequada para lidar com sua neta, viu o carinho de Luiza com a professora. “Criança não esconde que gosta de quem lhe trata bem”, disse.
Passada uma semana do fato, a família ainda tenta se recuperar da morte trágica. O álbum de fotos do aniversário de Luiza, ocorrido em janeiro, é a última lembrança da estrela que hoje brilha nos céus, como diz Cristiane. “A nossa luz apagou”, disse a pedagoga. “Luiza não chorava, era uma criança feliz que começava a andar e falar. E a memória da sua felicidade é eterna.”