ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 31º

Capital

Famílias começam a desocupar favela do Mandela, mas vão para abrigo temporário

Moradores são encaminhados para escola enquanto novo endereço, em loteamento, está sem energia

Por Natália Olliver e Idaicy Solano | 13/12/2023 10:19
Crianças no Mandela ajudam na mudança para abrigo ou casa de familiares (Foto: Marcos Maluf)
Crianças no Mandela ajudam na mudança para abrigo ou casa de familiares (Foto: Marcos Maluf)

Famílias começaram a desocupar, na manhã desta quarta-feira (13), a área onde a comunidade do Mandela está localizada, na região do bairro Coronel Antonino, em Campo Grande. Os moradores estão sendo realocados, de maneira temporária, para a Escola Maestro João Corrêa Ribeiro ou abrigados por parentes. Eles estavam no loteamento com tendas cedidas pela Prefeitura e Exército.

Ao todo, 80 ficaram desabrigadas devido ao incêndio que destruiu mais da metade da comunidade no início do mês de novembro. Desse número, 42 conseguiram ir para casa de familiares e 38 permaneceram no lote atrás da favela. Agora, é esse montante que está sendo realocado. De acordo com a Ehma (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), 23 famílias decidiram ir para casa de parentes e 15 para o abrigo escolar.

O novo destino será as áreas destinadas à construção de habitações no bairro José Tavares e Talismã. Os locais receberão 38 e 32 famílias, respectivamente. A equipe aguarda ligamento da energia para que os moradores já possam se instalar no terreno enquanto as casas de alvenaria não estão prontas. Conforme a prefeitura, a área para reassentar as demais 54 famílias será anunciada na próxima semana. As obras serão feitas por empresa credenciada pela Credhabita e custarão R$ 15 milhões. Cada família pagará R$ 185 por mês, em um prazo de 30 anos.

Apesar do acolhimento, poucas famílias optam pelo abrigo oferecido pelo município. Lucione Braga, de 46, é uma das que precisou ir para a escola que receberá os moradores. Vinda do Pará, região Norte do país, há nove anos e há oito morando na comunidade, a doméstica não possui família em Campo Grande.

Lucione Braga é sozinha em Campo Grande e vai para abrigo em escola (Foto: Marcos Maluf)
Lucione Braga é sozinha em Campo Grande e vai para abrigo em escola (Foto: Marcos Maluf)

“A gente fica ansiosa e quer que o tempo passe mais rápido pra gente correr e construir tudo de novo porque eu perdi tudo no incêndio. Estava trabalhando quando aconteceu, quando cheguei era tudo cinza. Agora vamos batalhar para reconstruir e tentar conquistar o que foi perdido. Porque a gente tem que ter um canto.”

Jéssika Garaco, 29 anos, se recusou a ir para o abrigo temporário. Para ela e os filhos, o espaço não comporta as famílias. “Ânimo zero, confiança zero, está tudo zero, pra ser sincera. A Adriane (prefeita) disse que eram seis dias para ir pro lote novo, mas vai ser dia 22, até lá vai estar tudo parado pelo Natal. Então a expectativa está zero”.

Mãe de quatro filhos, a vontade da jovem era passar o Natal já nos barracos. Por isso ela decidiu ficar na comunidade e ser acolhida pela prima que ainda tem moradia no local.

Secretário adjunto da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Foto: Marcos Maluf)
Secretário adjunto da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Foto: Marcos Maluf)

Cláudio Marques, diretor adjunto da Ehma, explica que o colégio está preparado para receber os moradores e que a gestão dará suporte para todos, inclusive quando já estiverem no loteamento novo.

“No colégio a gente já tem as salas prontas e preparadas com o necessário para poder manter o atendimento a essas famílias e agora aguardamos a finalização do projeto da Energisa que está em andamento para poder liberar a área para que eles ocupem. Nesse período, enquanto estiverem na escola ou com parentes, eles vão poder mexer lá nos seus terrenos, para que possa fazer a evolução da unidade, mesmo que improvisada por enquanto.”

Loteamento - As 187 famílias da comunidade Mandela serão encaminhadas para quatro loteamentos diferentes da Capital. Em reunião, a prefeita Adriane Lopes (PP) comunicou que os moradores da comunidade seguirão para o bairro da região do José Tavares (38 lotes), Talismã (32), Iguatemi I (33) e Iguatemi II (30).

Neste momento, 100 famílias estão com os documentos em dia, enquanto outras 87 famílias receberão assistência da prefeitura para regularização, inclusive em períodos de plantões de atendimento.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News.

Confira a galeria de imagens:

  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
Nos siga no Google Notícias