Prefeitura anuncia remoções e define bairros para famílias do Mandela
Adriane Lopes foi à comunidade e anunciou que remoções começam semana que vem
A Prefeitura de Campo Grande já estabeleceu áreas em quatro bairros da cidade para realocar famílias da Comunidade Mandela, na saída para Cuiabá, que recentemente foi atingida por um incêndio de grandes proporções. O grupo prioritário é de 39 famílias, entre as 80 que tiveram os barracos atingidos, que serão atendidas com lotes no bairro José Tavares, na região.
A prefeita Adriane Lopes (PP) foi à comunidade esta manhã, 22 dias após o incêndio, e apontou ainda a definição de 33 áreas no bairro Iguatemi I, outras 30 para o Iguatemi II e, por fim, um grupo de 32 famílias irá para o Talismã, também na região Norte da cidade. Ela relatou ter ido a cada área conferir a estrutura.
Como o grupo que vive hoje no Mandela tem 187 famílias, a Administração Municipal ainda definirá uma quinta área para concluir a remoção.
A iniciativa adotada pela Prefeitura foi designar lotes e dar acesso às famílias a crédito pelo programa Credihabita para a aquisição de matérias de construção, pagando 10% do salário mínimo ao longo de 360 meses, além de oferecer mão de obra para a construção das unidades já a partir de segunda-feira para o primeiro grupo. Essa ação é estimada em R$ 15 milhões e deve transcorrer por doze meses.
No bairro José Tavares, a prefeita informou que já há rede de abastecimento de água e a Energisa fará a instalação da rede de energia. O local também já tem estrutura de vias.
A transferência, contou, deve ocorrer já na semana que vem, a partir do dia 14, “com toda a infraestrutura e apoio da nossa agência de habitação, do fundo de apoio à comunidade e todas as equipes, defesa civil, a guarda civil metropolitana, acompanhando passo a passo cada dia das estratégias novas que serão implementadas a partir de agora.” A informação da prefeitura é que as pessoas poderão ocupar os lotes, mas não estava claro se seriam montadas novas barracas de lona, além da oferta de espaço de escolas ou mesmo CRAS para as pessoas ficarem alojadas temporariamente.
Moradores chegaram a questionar detalhamento sobre essa situação e também sobre a escolha do lote de cada um, com a prefeita anunciando a definição mediante sorteio. O diretor-adjunto da Emha, Claudio Marques, que acompanhou Adriane, disse que a definição de todos os lotes ocorrerá mediante sorteio, para não haver questionamento.
Marques explicou à comunidade que a prioridade será remover as oitenta famílias atingidas pelo incêndio com a ampliação para as demais na sequência. No começo do ano, a Emha já havia selecionado empresa para construir 220 casas para realocar os moradores do Mandela e outras famílias à espera de casa própria, mas o empreendimento não avançou porque a área destinada era vizinha ao Parque das Nascentes do Segredo e demandava licenciamento ambiental.
Adriane afirmou, ainda, aos moradores que equipes estão trabalhando no local para a regularização de documentos necessários para os contratos.
Desde que parte da comunidade foi destruída pelo fogo, ela foi visitada por muitos políticos e os moradores receberam compromisso de solução para questão habitacional. A prefeita retomou o assunto essa manhã. “Muitos vieram aqui vender sonho, eu não vim vender sonhos”, afirmou, emendando que a Administração deu assistência permanente aos moradores desde a tragédia.