Famílias indígenas ganham loteamento após luta de ‘muitos anos’
Prefeitura de Campo Grande realizou neste domingo (30) o sorteio para a comunidade do Jardim Inápolis
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Após mais de 30 anos de espera, famílias indígenas que residem no Bairro Jardim Anápolis deram neste domingo (30) mais um passo rumo ao sonho da moradia própria. A Prefeitura de Campo Grande realizou nesta manhã o sorteio de designação dos lotes para 39 moradores.
Os moradores, que integram a comunidade ‘Índio Forte’, vivem em área irregular dentro do bairro e a distribuição de loteamento era uma das principais demandas. O sorteio foi realizado pela prefeita Adriane Lopes (PP) e o Diretor-presidente da Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), Claudio Marques.
Com a designação, a prefeita comenta que a comunidade irá avançar depois de décadas de espera. “A gente deu a voz de comando para que a equipe da Agência de Habitação tivesse um olhar diferenciado para essa comunidade. São 39 famílias que estão tendo agora segurança jurídica e essa comunidade vai ser transformada”, comenta.
Adriane destaca que além desse loteamento será feita reforma na associação de moradores do bairro Jardim Inápolis e dentro desse loteamento está prevista a instalação de um centro cultural que irá preservar a história e identidade dos indígenas.
“Vai ter um centro cultural dentro da comunidade para valorizar a cultura deles, fortalecer a cultura deles não misturado com o branco, porque eles têm a forma deles conduzirem a aldeia”, explica.
Fim da espera - Cacique da comunidade, Júlio Ribeiro Barbino, de 77 anos, mora há mais de três décadas no bairro. A expectativa dele é que no próximo 19 de abril, que é celebrado o ‘Dia dos Povos Indígenas’, as famílias possam estar estabelecidas.
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“Aqui é um lugar esquecido, então agradeço que estão realizando nosso sonho. Quando chegar o próximo dia do índio espero que nós vamos comemorar dentro das nossas casas”, diz.
Pedro Santana, de 61 anos, veio com a família de Anastácio há 32 anos em busca de oportunidade de emprego na Capital. O pedreiro conta que hoje em dia a comunidade tem o fornecimento de água, mas a luz é irregular.
Agora que os lotes foram sorteados ele espera que a condição de vida das famílias melhore. “Esses lotes são uma luta de muitos anos e agradecemos primeiramente a Deus que fortalece a gente. Não é de hoje que estamos batalhando por isso”, relata.
Após a entrega dos lotes, cada família ficará responsável por custear a construção das respectivas moradias. Apesar do gasto com a mão de obra, as famílias receberão os materiais de construção que serão repassados através do programa ‘Campo Grande Sustentável’.
Essa parte, conforme o diretor-presidente da Emha, será tratada com as respectivas lideranças da comunidade. “A gente vai destinar o lote e aí a família é responsável por fazer essa construção. Tudo isso a gente vai tratando diretamente com os líderes, estipulando o prazo junto com eles, Temos também campanha de arrecadação de materiais que vai ajudando essas comunidades a melhorar suas unidades, a construir, melhorar sua habitação”, afirma.
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