Famílias que perderam parentes assassinados se reúnem em protesto
Caminhada contra a impunidade foi realizada na comunidade São Benedito
Uma manifestação realizada neste sábado na Comunidade São Benedito, em Campo Grande, reuniu familiares que tiveram parentes assassinados em Campo Grande.
O ato contou com a participação de mais de 100 pessoas. De acordo com Eliane Aparecida da Silva, organizadora da manifestação e mãe de Bruna Caroline Pereira da Silva, de 15 anos, assassinada a tiros no dia 27 de janeiro deste ano, a ação teve como objetivo a luta pela justiça.
Segundo ela, a impunidade não pode prevalecer no país. “A assassina da milha filha já foi solta. Nós não queremos mais impunidade. Nós queremos justiça”, disse. Bruna foi morta a tiros por Daniela Araújo Neri, de 18 anos.
O advogado João Márcio Escobar, pai de Jefferson Bruno Escobar, mais conhecido com Brunão, morto no dia 19 de março por Cristhiano Luna de Almeida, 23 anos, em um bar, esteve presente no manifesto.
Ele acredita que a justiça falhou no caso do filho e que protestar é uma das maneiras encontradas por ele e familiares para que o assassino não fique impune. “A justiça não foi tão eficiente no caso do meu filho. Eu tenho uma frustração, mas ainda acredito na justiça”, afirmou.
Cristhiano Luna está cumprindo prisão domiciliar. " Ele tem que cumprir uma série de privações, mas essa não é punição para ele. Isso é pouco", relatou o advogado.
A mãe de Paulo Henrique Rodrigues, o "Paulinho", de 17 anos, morto no dia 17 de fevereiro do ano passado, no bairro Tarumã, também participou da ação.
Paulinho foi morto enquanto trabalhava numa bicicletaria localizada no cruzamento das ruas Acaia e Itaoca. Ele levou um tiro no coração, disparado por uma arma usada por Marcelo de Souza Ribeiro, o "Cicatriz”.
Momentos antes do assassinato, Marcelo assaltava a Mercearia Vital, pertencente ao avô da vítima, e que fica em frente à bicicletaria. Ao fugir do local após o assalto, Cicatriz desferiu o tiro que matou o adolescente.
A caminhada contra a impunidade percorreu vários ruas da Comunidade. O grupo pretende fazer outras manifestações na Capital.