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Capital

Famílias são retiradas de terreno no mesmo dia de invasão

Carlos Martins e Luciana Brazil | 14/01/2013 10:59
Invasores já tinha limpada a área invadida e estavam seprando os lotes (Foto: Luciano Muta)
Invasores já tinha limpada a área invadida e estavam seprando os lotes (Foto: Luciano Muta)

Um grupo de 24 famílias que invadiu ontem no início da manhã uma área no bairro Roselândia, em Campo Grande, deixou o local no final da tarde depois que um funcionário da Prefeitura foi até lá acompanhado da polícia. A área ocupada está dentro de uma chácara de 1,5 hectare na qual mora há mais de 25 anos a dona Maria Aparecida Fernandes Osório, 53 anos. Ela ocupa metade da área onde mantinha uma plantação de mandioca, que, segundo os moradores, foi arrancada pelos invasores.

Hoje pela manhã, a reportagem foi até o local e conversou com os moradores e também com vizinhos. Dona Maria disse que a área é da prefeitura e foi adquirida em regime de comodato e foi repassada para ela há 25 anos por um senhor que se mudou para o Paraná. As famílias que entraram na área ontem disseram que tinham um documento da prefeitura autorizando. A polícia chegou a ir até o local pela manhã, mas quando eles apresentaram o papel foram embora.

Segundo Gilmar Fernandes, 46 anos, filho de dona Maria, foi à primeira vez que aconteceu uma invasão. “Eles arrancaram a plantação de mandioca e derrubaram um ipê. Tentamos conversar, mas eles invadiram”, disse Gilmar, que trabalha como motoentregador. Outro filho da proprietária, João Bosco, disse que um funcionário da prefeitura chamado Zé Carlos disse que o documento, um requerimento solicitando a entrada na área, não tinha nenhum valor e por isso todos eles foram obrigados a deixar o local.

Uma das vizinhas, a vendedora Kely Cristina Ribeiro, 24 anos, disse que eles foram muitos rápidos na limpeza do terreno. “Às 7h30 já estava tudo carpido, já tinham colocado estacas separando os lotes e quando foram conversar com os donos disseram que tinham um papel legalizando a entrada”, contou. Ela também disse que o terreno ocupado era cheio de lixo e que era melhor que tivesse gente morando ali. Bosco contestou essa versão e disse que eles sempre limpam o terreno.

O pintor Jose Galdino, 56 anos, estava hoje no local carregando madeira que seria utilizada para a construção de barracos e que pertenceria a uma pessoa que ele estava ajudando. Galdino questionou o fato de aquele lugar estar cheio de mato e que não era justo pessoas estarem pagando aluguel quando poderiam ocupar um lote. “Em Campo Grande existem várias áreas iguais”, justificou.

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