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Capital

Filho de Enir Terena é novo cacique da aldeia Marçal de Souza

Daniel da Silva assumiu o posto após pedido de afastamento de Edmárcio Barros, eleito em agosto de 2016

Luana Rodrigues | 02/05/2017 17:44
Daniel durante homenagem à mãe, Enir, na Câmara Municipal de Campo Grande, em abril deste ano. (Foto: Divulgação/ Câmara Municipal)
Daniel durante homenagem à mãe, Enir, na Câmara Municipal de Campo Grande, em abril deste ano. (Foto: Divulgação/ Câmara Municipal)

A aldeia urbana Marçal de Souza, em Campo Grande, tem novo cacique. Daniel da Silva, 36 anos, assumiu a função no lugar de Edmárcio Barros, de 36 anos, que havia sido eleito em agosto de 2016, mas pediu afastamento do posto, para aceitar uma proposta de emprego no interior do Estado.

Daniel é filho da líder Enir Terena, que foi cacique da aldeia durante oito anos, mas morreu em julho do ano passado. Enir foi a primeira mulher cacique de Mato Grosso do Sul e era considerada uma das principais lideranças indígenas do Estado por “quebrar protocolos” quando o assunto era a defesa dos direitos e da dignidade indígena.

“Nosso objetivo e retomar a esperança da comunidade e unir forças de todas as maneiras, para revitalização do que é nosso. Do Memorial da Cultura, por exemplo, que é um ponto turístico e chegou a um ponto que acabou de vez, estava abandonado. Agora nós vamos levantá-lo”, disse o cacique.

Daniel era vice de Edmárcio e assumiu o posto no dia 21 de abril, quando o atual cacique pediu para se afastar da função. "Recebi uma proposta de trabalho em Sidrolândia, então achei que era melhor para a comunidade que eu me afastasse", disse Barros.

No dia 21, houve uma cerimônia de posse simbólica, durante um evento na comunidade, que também celebrava o Dia do índio - comemorado em 19 abril.

Com a mudança, Daniel quer chamar a atenção para o abandono da aldeia e promete buscar, junto ao poder público, melhorias nas ruas, comércio e infraestrutura do local, com objetivo de gerar emprego e renda aos índios. “Nossa comunidade tem sofrido muito com o uso de drogas, então precisamos dar uma função para essa gurizada, e é isso que estamos buscando”, afirma.

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