Foi vítima de ladrões? Esqueça, para policiais em greve, isso não importa
Quem for vítima de crime não vai conseguir registrar boletim de ocorrência por causa da paralisação dos policiais civis, que começou às 8h desta quinta-feira (5) e vai até às 8h de sexta (6), em todo Estado. Hoje, segundo o Sinpol (Sindicatos dos Policiais Civis), serão realizados apenas os serviços de prisão em flagrante e de violência contra a mulher. As delegacias vão funcionar apenas com 30% do efetivo. Investigações e confecção de Boletins de Ocorrências foram suspensas.
Na manhã desta quinta-feira, a aposentada Ira Alves Silveira, 67 anos, deu com a cara na porta ao procurar a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro para registrar ocorrência de furto. Ela mora em um condomínio no Bairro Nova Campo Grande, e teve a casa arrombada. “Os ladrões danificaram porta, levaram objetos e inclusive meu celular”, lamenta a idosa que foi de ônibus até o local. "Perdi a viagem, vou ligar aqui amanhã para ver se consigo registrar".
Esta é a segunda vez que os policiais cruzam os braços. A primeira paralisação foi no dia 1º de abril e a adesão foi de 70%. A categoria reivindica 20,20% de reajuste salarial. O Governo do Estado propôs abono de R$ 200 para todos os servidores e 20% de reajuste para os policiais, porém escalonado, sendo 6% este ano, 7% em 2017 e 7% em 2018. A proposta foi recusada. Em Campo Grande, a concentração acontece em frente à Depac do Centro. No local, uma faixa da Rua Padre João Crippa está interditada com várias viaturas e três tendas.
Conforme o diretor jurídico do Sinpol, Max Dourado, na paralisação passada, de 12 horas, foram registrados apenas 10 boletins de ocorrências em todo Mato Grosso do Sul. “O objetivo é chamar a atenção do governo para que cumpra o que prometeu na campanha de que o salários da categoria seria o quinto melhor do País”, diz.
No próximo sábado, os policiais se reúnem para assembleia. A categoria não descarta possibilidade de greve, caso não tenha acordo com o governo.
Reivindicação - As reivindicações dos policiais civis vão desde o estado de conservação das viaturas, infraestrutura das delegacias de polícia, equipamentos de segurança, como coletes a prova de balas, até o reajuste salarial da categoria. O Estado tem 2.500 policiais civis. A remuneração inicial é de R$ 3,5 mil.
Matéria editada às 14h26 para acréscimo de informações.