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Capital

Foi vítima de ladrões? Esqueça, para policiais em greve, isso não importa

Viviane Oliveira e Guilherme Henri | 05/05/2016 09:52
Em Campo Grande, a concentração acontece em frente à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro. (Foto: divulgação/Sinpol)
Em Campo Grande, a concentração acontece em frente à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro. (Foto: divulgação/Sinpol)

Quem for vítima de crime não vai conseguir registrar boletim de ocorrência por causa da paralisação dos policiais civis, que começou às 8h desta quinta-feira (5) e vai até às 8h de sexta (6), em todo Estado. Hoje, segundo o Sinpol (Sindicatos dos Policiais Civis), serão realizados apenas os serviços de prisão em flagrante e de violência contra a mulher. As delegacias vão funcionar apenas com 30% do efetivo. Investigações e confecção de Boletins de Ocorrências foram suspensas.

Na manhã desta quinta-feira, a aposentada Ira Alves Silveira, 67 anos, deu com a cara na porta ao procurar a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro para registrar ocorrência de furto. Ela mora em um condomínio no Bairro Nova Campo Grande, e teve a casa arrombada. “Os ladrões danificaram porta, levaram objetos e inclusive meu celular”, lamenta a idosa que foi de ônibus até o local. "Perdi a viagem, vou ligar aqui amanhã para ver se consigo registrar". 

Esta é a segunda vez que os policiais cruzam os braços. A primeira paralisação foi no dia 1º de abril e a adesão foi de 70%. A categoria reivindica 20,20% de reajuste salarial. O Governo do Estado propôs abono de R$ 200 para todos os servidores e 20% de reajuste para os policiais, porém escalonado, sendo 6% este ano, 7% em 2017 e 7% em 2018. A proposta foi recusada. Em Campo Grande, a concentração acontece em frente à Depac do Centro. No local, uma faixa da Rua Padre João Crippa está interditada com várias viaturas e três tendas. 

Conforme o diretor jurídico do Sinpol, Max Dourado, na paralisação passada, de 12 horas, foram registrados apenas 10 boletins de ocorrências em todo Mato Grosso do Sul. “O objetivo é chamar a atenção do governo para que cumpra o que prometeu na campanha de que o salários da categoria seria o quinto melhor do País”, diz.

No próximo sábado, os policiais se reúnem para assembleia. A categoria não descarta possibilidade de greve, caso não tenha acordo com o governo.

Reivindicação - As reivindicações dos policiais civis vão desde o estado de conservação das viaturas, infraestrutura das delegacias de polícia, equipamentos de segurança, como coletes a prova de balas, até o reajuste salarial da categoria. O Estado tem 2.500 policiais civis. A remuneração inicial é de R$ 3,5 mil. 

Matéria editada às 14h26 para acréscimo de informações. 

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