Furto de carro na Orla revolta dona de quiosque que reclama de abandono
O furto de um carro, na noite de ontem (19), poderia ser só mais um crime praticado em Campo Grande, mas o furto revela o descaso e abandono que vivem os comerciantes que investiram e resistem nos quiosques da Orla Ferroviária.
Revitalizada ainda na administração do prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), a Orla Ferroviária que começa na Avenida Mato Grosso com a Calógeras e termina na Avenida Afonso Pena, no Bairro Cabreúva, teve 9 quiosques construídos e ativados em maio do ano passado, pela atual administração.
As reclamações são inúmeras e a falta de movimento em razão da insegurança do local está no topo da lista dos comerciantes. Mas o caso veio à tona na manhã desta quinta-feira (20) com o desabafo da comerciante Jocasta Ferreira dos Santos, 26 anos. Ela é uma das duas pessoas que ainda tocam os quiosques na Orla.
A jovem conta que chega no estabelecimento por volta das 16 horas e sempre procura estacionar o Volkswagem Gol onde possa ver, mas na noite de ontem (19) havia muitos carros e ela teve que estacionar longe do quiosque.
Por volta das 21 horas, quando foi buscar o carro, o veículo já havia sido levado. A mulher chamou a polícia, mas o Gol só foi encontrado horas depois, abandonado na Avenida Gury Marques.
De acordo com a Polícia Civil, o assaltante levou as rodas esportivas que estavam no veículo e colocou outras velhas no lugar, os bancos do carro, um carrinho de bebê e uma cadeirinha de criança também foram levados.
A comerciante foi chamada na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga, na manhã de hoje, para ter o carro de volta. Mesmo feliz por ter reencontrado o meio de ir ao trabalho todos os dias, Jocasta não poupou críticas à Prefeitura.
“A Prefeitura não cumpriu com a parte dela, aquele lugar está abandonado e tem muitos usuários de drogas. Dos nove quiosques, só dois funcionam de dia e outros dois de noite”, desabafa.
A comerciante conta ainda que as rondas da Polícia Militar são insuficientes e que a região poderia ser melhor aproveitada pela população se a segurança fosse maior. “É uma pena porque as pessoas gostam de tirar foto na Orla, vemos muitas noivas e meninas que fazem 15 anos tirando fotos para álbuns”, lamenta.
Sobre o crime que deu início à revolta, o suspeito pelo furto ainda não foi encontrado e o caso será apurado pela Polícia Civil da Capital.